Construir Resistência
guarulhos

Oficial fala a manifestantes: “fiquem à vontade e o tempo que quiserem” na Base Aérea da FAB

Por Simão Zygband

O tenente-coronel aviador Artur de Oliveira Baumbach, subcomandante da Base Aérea da FAB de São Paulo, em Cumbica, Guarulhos, na Grande São Paulo, demonstrou ser um oficial que procura “deixar à vontade” e “pelo tempo que quiserem” os manifestantes que fazem atos anti-democráticos nos portões e no entorno daquela instituição militar, área estratégica para defesa da segurança nacional, desde 1° de novembro, um dia após a derrota de Jair Bolsonaro para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Eles claramente questionam os resultados das urnas, em evidente desrespeito à Constituição e solicitando uma “intervenção federal”.

Baumbach, que foi promovido a tenente-coronel através da portaria n° 1.480/GC1, datada de 28 de agosto de 2019, já sob o governo do derrotado Bolsonaro, demonstrou uma cordialidade incomum com manifestantes que há cerca de 15 dias, conforme ele mesmo relatou, cercam a entrada da Base Aérea, entoando o Hino Nacional através de carros de som que, nas suas próprias palavras, “é a música mais bonita do país”.

No vídeo recebido com exclusividade pelo Construir Resistência, o tenente-coronel dirige-se cordialmente para dialogar com os manifestantes, sem nenhuma necessidade aparente, a não ser desejar-lhes uma espécie de boas vindas. Não se sabe o motivo pelo qual tenha decidido discursar para os revoltosos, atitude estranha para um militar:

“Em primeiro lugar, gostaria de dizer que vocês estão sendo vistos e ouvidos. Nós não estamos ignorando vocês. Eu moro aqui, (na base aérea) e vejo vocês todos os dias desde o dia 1º (de novembro). Enquanto vocês estiverem de forma ordeira, estejam à vontade para ficar aqui. Esta casa é do povo brasileiro. Esta casa é minha, é de todos vocês. Então sintam-se à vontade, de forma ordeira, de forma pacífica, permanecerem o tempo que vocês quiserem. Nós não estamos ignorando e não estamos deixando vocês sem serem vistos. Nós estamos aqui vendo vocês 24 horas. Eu estou adorando ouvir o hino nacional, a música mais bonita do país”.

O oficial afirma ainda que a Aeronáutica é uma instituição de Estado, com obrigação de proteger a lei e a ordem. “Nós precisamos agir sempre com cautela”, diz ele dirigindo-se aos manifestantes”. “Peço assim, humildemente, como parte do povo também, da comunidade, que vocês estejam livres nas manifestações e saibam que estamos vigilantes e estamos com a lei maior do nosso país debaixo do braço e não vamos deixar em hipótese alguma esta lei ser transgredida. Saibam que a base aérea de São Paulo está de braços abertos para vocês”. .

Deixa o espaço aplaudido pelos manifestantes.

Punição

Compartilho a opinião de um dirigente sindical que acredita que os participantes dos atos antidemocráticos tem que ser punidos na forma da lei penal.

“Deveriam responder por incitação e crimes contra o Estado Democrático de Direito.
Não é difícil identificar quem está pagando pelos trios elétricos, banheiros químicos, comida e pelas imponentes barracas, assim como descobrir a quem pertence a frota de caminhões estacionados e que bloquearam as estradas por vários dias.
Nas ações, os financiamentos são recorrentes entre os extremistas no Brasil. Foi assim durante a ditadura militar, e, como ninguém foi punido, se reapresenta novamente agora.
Embora a Constituição Federal determine a livre manifestação do pensamento, esse direito não é absoluto. Não é dado o direito de agressão, mas o de expressão. Não é permitido o discurso do ódio”.

 

Veja o vídeo abaixo das boas vindas do oficial:

 

 

 

 

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