Lula joga pelo empate

Por Simão Zygband

 

Se todas as pesquisas de intenção de votos estiverem certas, a cada dia que passa, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se aproxima de poder pela terceira vez dirigir os destinos do país. Não será tarefa fácil para os seus adversários reverterem milhões de votos. Mas nada é impossível na política e o jogo, em geral, vai até os 50 minutos do segundo tempo. Mas também não dá para não considerá-lo o franco favorito.

A irritação de seus adversários aumenta a cada dia. O golpe mais agudo para eles foi desferido quando a influente revista Time trouxe uma capa com o ex-presidente, logo após ele ter sido considerado como um preso politico e injustiçado pela Comissão de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU). São dois fatos políticos de extrema relevância, ainda mais para quem surfa em uma dianteira há mais de seis meses.

Trocando em miúdos, se nenhum novo fator relevante ocorrer nos próximos cinco meses, Lula já pode colocar novamente a faixa presidencial e subir a rampa do Planalto. Se fizermos um silogismo com o futebol, o ex-presidente, que encabeça uma ampla Frente Democrática de partidos que vai do centro para a esquerda, joga agora pelo empate, com o regulamento debaixo do braço.

 

Claro que alguma coisa pode mudar com o início do horário eleitoral, mas as condições econômicas e a tragédia que o desgoverno Bolsonaro impõe aos brasileiros não permitirá muita margem para reversão da intenção de votos. Como se sabe, dificilmente um governo que proporciona melhores condições de vida para a população perde eleição. Lula só não perdeu após se eleger pela primeira vez como ainda elegeu por duas vezes a sua sucessora, Dilma Rousseff, retirada a força do poder por um farsesco golpe de Estado.

Há de se levar em conta também uma fundamental leitura da política que realizou o próprio Lula ao aceitar como candidato a vice-presidente o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, o seu tradicional adversário. Pesaram a favor de antigo peessedebista, agora no PSB, não ter agido de forma rancorosa e ter se comportado como um adversário e não um inimigo como agem Bolsonaro e seus asseclas truculentos, alguns deles suspeitos inclusive de terem assassinado a ex-vereadora Marielle Franco, do PSOL carioca.

Bolsonaro acredita que poderá reverter a difícil situação utilizando robôs para ilegalmente atacar o seu principal adversário pelas redes sociais, usando ferramentas que obtiveram sucesso disparadas sobretudo sobre o eleitorado conservador, sobretudo o evangélico, assacando contra Lula de maneira torpe. Nas eleições de 2018 esta estratégia funcionou, mas não é certo que funcione desta vez junto a um eleitorado que enfrenta a maior inflação dos últimos 27 anos, paga um combustível a preços nunca dantes praticados e o preço de alimentos e produtos de primeira necessidade nas alturas. Difícil reverter esta dura realidade. Só um milagre para convencer o eleitor em tão pouco tempo a gostar do governo mais rejeitado e impopular da história do país.

Evidente quer não há nada ganho. Não há eleição ganha de véspera. Há muita vontade da maioria da população de enxotar Bolsonaro e seu governo onde vivem na mamata altas patentes das Forças Armadas, pastores evangélicos que fazem negócios em ouro com as verbas da Educação e milicianos criminosos que originaram as famosas “rachadinhas”, uma forma de esquentar dinheiro sujo, além de desviar dinheiro público.

Enquanto a população empobrece a olhos vistos, procurando comida no lixo, morando nas ruas das principais cidades e entrando na fila do osso para poder fazer uma sopa, Bolsonaro e seus filhos vivem nababescamente. O genocida tem a coragem de gastar R$ 1,5 milhão por mês no cartão corporativo, passeia de moto e de jet sky em horário de trabalho, seus filhos compram em dinheiro mansões milionárias e permite que o Exército, de onde ele foi encostado como “incapaz”, faça aquisições milionárias de viagras, próteses penianas, apetrechos de sex shop, tudo isso regado a picanha, whisky e vinhos importados, lombo de bacalhau e milhões em leite condensado.

Não há povo que aguente.

 

 

 

 

 

 

 

 

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