Por Luiz Hespanha
Por’ronde andam os jornalistas eternizados numa foto histórica comemorando a prisão do Lula e que tinham conjes, dallagnóis, januários, pozzobons e robitos como fontes confiáveis? E a médica Amarílis Cabral que denunciou o estupro de uma menina de 8 anos por 15 soldados russos a Bianca Rothier no JN? Por’ronde anda a Dra. Amarílis? Ela encaminhou a denúncia à ONU, à Anistia Internacional, ao Humans Rights Whatch? Repórter algum, a começar pela Bianca, não consegue ouvir de novo a Dra. Amarílis? E por falar em jornalismo: que dupla é esta formada pelo Borenberg e o Carlosoy?
Toda vez que a corrução inexistente no governo Bolsonaro aparece, ele para nos boxes ou melhor, num leito de hospital. É uma parada midiático-circunstancial. Desta vez o pit stop poderia ter sido no setor de Queimados do Hospital das FFAA, afinal o estrago das denúncias envolvendo o ex-ministro Milton Ribeiro e pastores das barras de ouro foi grande. Brasil acima de tudo e peroba, hipoglós e gaze na cara de todos.
O Loolapaloza foi o maior vacilo “político-cultural” que a mídia e o empresariado golpistas cometeram. Lá atrás, no tempo da Lavajato, poderiam ter aproveitado a oportunidade e mudado nome do evento para Mooropaloza. Se tivessem feito isso o Conje teria chegado fácil a 9,9% nas pesquisas. Vacilaram, deu no que está dando.
Moro foi a Berlim, mas Berlim não viu Moro. Faz tempo que os alemães aprenderam a repudiar cópias político-fotostáticas. Que ele não inclua Roma em seus périplos. O resultado seria o mesmo.
Ciro, o Insuperável, disse que Lula planejou perder a eleição de 2018. Pelo raciocínio cirista, Lula também planejou ficar 580 dias preso; Jesus planejou ser crucificado; Julio César planejou ser assassinado; Mário Frias planejou ser ator e Joelma cantora. Certo mesmo é que Ciro já está planejando voltar a Paris.
O Brasil vive dois mistérios insondáveis. O primeiro é o cancelamento do casamento de Carluxo com Geórgia Azambuja. Quem descobriu a possibilidade da infelicidade e decidiu aproveitar a oportunidade de assumir primeiro a chance de ser feliz? Outro mistério é a alquimia jurídico-midiática em curso para ressuscitar Aécio Neves. O esforço hercúleo seria recusado de pronto por imagens de santos e santas que choram e sangram e também por pastores, bispos e profetas pentecostais que promovem curas com água do Rio Jordão, copos ao lado de aparelhos de tevê e toalhas com suores bentos.
Precisamos reeditar a campanha “O Petróleo é nosso” e salvar o que resta da Petrobrás. Da mesma forma que não podemos esquecer quem comandou a campanha “O Brasil que queremos”, aquela que virou “O Brasil que destruímos”.
Por três segundos me comovi com a solidão política de Sérgio Moro, Juan Guaidó e João Dória. O jeito é sentar às margens de um comentário de Merval Pereira e gargalhar copiosamente.
Luiz Hespanha é jornalista, compositor (#CançõesDeAmorDelírioTesãoInquietudeLutaDeClasseEÓcio), autor do “Livro das Verdades Inúteis”, “Breves Memórias da Terra-do-já-teve” (https://www.amazon.com.br/) e um ser que acredita na Terceira Via como nome ideal para uma empresa exploradora de pedágios sociais entre Noronha, Pipa e Angra dos Hucks. A foto que ilustra esse texto é de sua autoria e foi tirada na avenida do Estado/SP.