Por Léo Bueno

Nutro absoluto desprezo pelo Neymar e pelo que ele representa, mas, ao contrário da maioria dos meus amigos e amigas, não torço contra o Brasil por causa disso.
Acho que aprendi esse truque torcendo por grandes craques do meu time, que eram ao mesmo tempo pessoas terríveis. Gente como Marcelinho Carioca e Edilson. Aos poucos fui desenvolvendo uma técnica muito parecida com aquela que o seu patrão impõe: ele obriga você a trabalhar com gente insuportável, e você trabalha, por dever de ofício.
Assim é que eu acho, sim, o sujeito muito talentoso em campo, apesar de tudo.
Tudo isso, porém, me torna bem isento para dizer o seguinte:
No jogo de hoje, por dez vezes ou mais, o Messi pegou a bola, passou por mais de três adversários e entregou-a limpa para o gol ou para um companheiro de time.
Há décadas não vejo o Neymar fazer nada remotamente parecido. Na verdade, na maioria das vezes ele pega a bola e para ela, tentando apenas um drible de efeito contra o adversário imediato, algo que raramente resulta em gol.
Espero que ele queime minha língua, ou melhor, meus dedos. Mas um cara que sonhou ser melhor do mundo como ele está muito longe dos melhores, que aliás já estão no ocaso de suas vidas profissionais.
(Nem por isso a Argentina seria muito favorita contra o Brasil. O resto do time hermano, em minha opinião, está um pouco abaixo do escrete, pelo menos entre os titulares.)









