Por Virgilio Almansur
Reinaldo Azevedo, portador de um texto maravilhoso e cuja lavra é invejável, traz para nós uma gramática jurídica de coerência estupenda. Ajudou sobremaneira no desmonte da moropatia e seus congêneres. Deve continuar. No entanto, seus arroubos de extrema violência não podem ser esquecidos. Foi dele a construção pré-golpe que ajudou assentar a aventura temerista.
Cheio de elaborações reacionaríssimas, contribuiu para esse desmonte que assistimos aos direitos coletivos e que permitiu, também, a ascensão do milicianato e seus desdobramentos. Não tem autoridade o jornalista, dublê de rábula, para fazer ataques ao reacionarismo que contempla uma família de Campinas que solicita uma funcionária (empregada doméstica), via anúncio, com predicados neoempreendedores e certificado negativo para Covid-19. Essa situação foi prevista e antecipada pela querida professora Marilena Chauí — atacada pelo jornalista —, incansável crítica dessa política que contemplou uma tosca ponte para o futuro abraçada por Azevedo.
Reinaldo deve entender que sua egolatria é percebida tanto pelo seu Corinthians, e torcida, bem como por toda a torcida do Flamengo Brasil afora. O ególatra lida tanto com seu umbigo que o torna lustroso e fetichinoso, estendendo-o a seu corpo e existência para encobrir deficiências que nenhum antidepressivo resolverá… Menos, Reinaldo! Menos…
Virgilio Almansur é médico, advogado e escritor.