Por Luís Otávio Barreto
Já havia ouvido, por alto, do arrependimento de Fagner; agora li que ele se diz, realmente, arrependido de ter votado em Bolsonaro. Não para por aí; crê que o presidente está em surto. Fagner ainda prossegue: “A atuação do Bolsonaro é ridícula. Ninguém está precisando ouvir as loucuras que ele fala, mas de paz. Ele tem é que trabalhar pelo Brasil. A maneira como se comporta não é a de um presidente. Quero que governe”, falou isto numa entrevista que deu ao jornal O Globo.
Levando em consideração a coerência de Bolsonaro, porque o é! Sua história pré-campanha, campanha e pós-campanha é uma só e ele segue fiel a si. Então fica a pergunta: – Quais são os padrões de ética, humanidade e governança, de Raimundo Fagner?! Porque, e justiça se faça a Bolsonaro, não vi diferença do Bolsonaro de 17/18 para o Bolsonaro de 21/22. Eu não posso admitir que Raimundo Fagner, em sua suposta lucidez, queira nos convencer de que o Bolsonaro mudou, desde antes da presidência. Não mudou! Continua o mesmo!
O cantor de “Borbulhas de Amor” ainda chora outras pitangas, na entrevista. A mim, sinceramente, me soou como uma espécie de orgulho ferido, entende?! Se entrega, inclusive, no episódio em que conta do desdém presidencial, quando fora cantar o Hino Nacional, na posse do Fux. A bem da verdade, há tempos venho achando Fagner um chato! E vem desde antes das eleições. Há pessoas que envelhecem mal. Fagner é um bom exemplo disso! Nana também!
Entre tantas justificativas, argumentos e teorias, há uma que é batata e cabe ao caso: a frustração, que vem acompanhada da amargura, da inveja e de outras indignidades, faz com que o sujeito, que está num bode terrível, queira, para o outro, sua mesma condição; a infelicidade. É do tipo: – Bom, se para mim está tudo ruim, que fique assim para todo mundo. Esse egoísmo usa, em seu expediente, a ferramenta mais próxima. Não posso dizer que Fagner tenha tido esse raciocínio às claras, mas, certamente, é algo que está introjetado em suas ações.
Fagner quer nos convencer de que só agora percebeu o deboche no governo de Bolsonaro, que, só agora, o presidente está desequilibrado. Sabe em que momento a coisa desmorona?! Quando esse mesmo Fagner faz mesura a Paulo Guedes, a quem não pode deixar de tirar o chapéu.
Por fim, esse arrependimento do Fagner é como a grávida de Taubaté ou um comprimido de farinha: fajutíssimo! É um arrependimento a que não se deve dar credibilidade, não se deve considerar; mentira. Esse arrependimento é desmascarado pela verdade bolsonariana: Bolsonaro é e foi sempre o que e quem disse que seria: Bolsonaro!
Fagner, já uma figura decrépita , não tem mais volta; ninguém suporta covardia, nem de um lado, nem de outro. Teria sido melhor calar a boca.
Luis Otávio Barreto é músico pianista e professor de língua portuguesa.