Por Adriana do Amaral
Violência de gênero atinge jornalistas do mundo inteiro
Foi se o tempo que o jornalismo era profissão masculina. As mulheres conquistaram a equidade em todas as editorias, da reportagem à chefia, embora ainda sofram com a diferença salarial, pois é comum as profissionais receberem salários menores do que os colegas homens na mesma função.
As jornalistas, no entanto, enfrentam outra forma de ameaça: as agressões. Estudo realizado pela #Unesco mostra que as redes são cruéis com as mulheres que exercem o jornalismo. Três por centre dentre as mais de 900 jornalistas, provenientes de 125 países e entrevistadas pelos 34 pesquisadores do #ICFJ – International Center for Journalists, afirmaram terem sofrido assédio virtual. Ou seja, três a cada quatro.
As ameaças ou insultos se dão de formas variadas, da invasão à privacidade da profissional ao discurso de ódio. Os ataques pessoais somam 55% do total, seguido por agressões misóginas (40%). Quando as jornalistas identificam-se como indígenas ou negras os ataques aumentam, respectivamente 86 e 81% dentre as agressões se comparado às profissionais brancas (64%).
A pesquisa identificou que 20% das entrevistadas denunciaram ainda terem sido alvo de ataques que extrapolam a barreira virtual. Não são raras as agressões físicas ou assédio offline. Consequentemente, para evitar as agressões, entre 20 a 30% delas têm limitado ou até mesmo abandonado as redes sociais.
Infelizmente, realidade que virou rotina entre as jornalistas brasileiras, que têm sido vítimas frequentes de assédio presencial ou virtual. O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, é reincidente. Ele não mede palavras agressivas quando por detrás de um microfone ou caneta está uma jornalista. Um agressor que não pode alegar desconhecer o que é violência de gênero, mas pelo contrário, parece se beneficiar dela.
Para acessar o PDF do relatório The Chiling: Tendências globais na violência online contra mulheres jornalistas basta selecionar o endereço eletrônico e clicar com o lado direito do cursor:
https://en.unesco.org/sites/default/files/the-chilling.pdf