O escritor Mouzar Benedito no seminário do PMLLLB

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Por Mouzar Benedito 

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Fotos: Sophia Castellano

A tarde de 12 de dezembro foi muito especial para mim. Participei, no Centro Cultural São Paulo, do III Seminário do Plano Municipal do Livro, Leitura, Literatura e Biblioteca, dividindo a mesa com Lizandra Magon de Almeida, vice-presidente da LIBRE – Liga Brasileira de Editoras, tendo como mediador Cláudio Gonzales, conselheiro da Editora e Livraria Anita Garibaldi, uma editora pequena mas muito admirada por mim, por causa dos bons livros que publica.

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Cláudio Gonzáles, Mouzar Benedito e Lizandra Magon no seminário do PMLLLB

O tema da minha participação no final da tarde, nesse evento que durou o dia inteiro, era “Mercado de Livros e Escritores na cidade de São Paulo”, mas não entrei direto no assunto, preferi contar minha experiência sobre porque alguém se mete a escrever livros. No meu caso, o começo dessa aventura foi aos 36 anos de idade. Não pensava em escrever livros. Em 1983, depois da primeira eleição a que o PT concorreu, fui ser assessor parlamentar na Assembleia Legislativa. Apesar de defensor da atividade parlamentar, não gostei da experiência. Tinha muita conversa e pouco resultado. O Poder Legislativo, na prática, tinha um presidente com poderes executivos, que decidia o que entraria ou não em pauta. Fui ficando irritado até me demitir, em poucos meses.
Cheguei em casa aliviado, morava numa república, ficamos conversando e bebendo até meia-noite, todo mundo (menos eu) tinha que trabalhar no dia seguinte e foi dormir. Eu continuava acordado e alegre, aliviado por ter largado o bom emprego (e me ferrei por uns meses). Escrevi um artigo pro Pasquim, mas às 3h da manhã continuava acordadão. Resolvi escrever alguns dos causos que contava aos frequentadores da república. Escrevi vinte e poucos até às 7h da manhã, quando fui dormir. No dia seguinte, mesma coisa, mais uns vinte causos. No terceiro dia, mesma coisa de novo. Então, em três noites estava escrito meu primeiro livro, “Santa Rita Velha safada”, que só viria a ser publicado quatro anos depois. Pensei que pararia por aí, mas resolvi escrever um romance, “Pobres, porém perversos”… foi indo, foi indo… novos temas foram aparecendo, novas vontade de escrever sobre temas como a ditadura, a cultura popular brasileira…
Bom, sobre o tema real do debate, Lizandra foi quem discorreu mais, com muita competência, para uma plateia de bibliotecários, professores, escritores, gente que difunde a leitura nas escolas e nos CEUs de São Paulo.
Falei um pouco também, mas o destaque foi dela, respondendo a perguntas dos ouvintes. Tantas perguntas, que não sobrou tempo para o mediador fazer intervenções. Uma hora e quinze minutos foi um tempo muito curto, podia ter se prolongado.
Gostei do Seminário e fiquei muito grato ao amigo Simão Zygband, membro do Conselho do Plano Municipal do Livro, Literatura, Leitura e Biblioteca (PMLLLB), eleito com o meu voto.
Da próxima vez, se puder participar do IV Seminário, quero ir logo de manhã, como ouvinte, assistir a todas as falas e todos os debates. Minha gratidão e meus aplausos aos organizadores.

Mouzar Benedito é jornalista e geógrafo. Já colaborou com mais de trinta jornais e revistas, além de ter participado ativamente da imprensa alternativa (foi um dos fundadores dos jornais “Versus” e “Em Tempo”). Atualmente é colunista das revistas “Fórum” e “Revista do Brasil”. É sócio-fundador da Sociedade dos Observadores de Saci (Sosaci), autor da coleção infanto juvenil Mitologia Brasílica (Saci, Iara, Curupira, Boitatá, Caipora e “Importados – Mula sem Cabeça, Cuca e Lobisomem”). entre outros. Tem dezenas de Livros publicados em diversas editoras.

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