O aniversário do 8/1 e os militares que ‘salvaram a Democracia’ no Chile

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Por Hugo Souza – Come Ananás 

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Em 1970, após a eleição de Salvador Allende, um número considerável de oficiais da ativa do Exército do Chile estava disposto a impedir a posse do presidente socialista. Um deles era o general Camilo Valenzuela, comandante da guarnição de Santiago. O chefe da Forças Armadas, porém, era uma pedra no caminho. Tratava-se do general legalista René Schneider.

O que fizeram a CIA e seus golpistas amestrados? Planejaram sequestrar Schneider para pôr a culpa nos “comunistas”. Uma minuta de golpe, com uma intervenção em algum TSE, já devia estar no prelo. Na hora agá, Velenzuela hesitou. Oficiais da reserva, não. A ação foi desastrada. Schneider resistiu ao sequestro e acabou assassinado por ex-militares de linha fascista. O crime chocou o Chile e minou de vez as condições para o golpe, que foi adiado.

No dia 29 de junho de 1973, com o governo Allende já avançado, nova tentativa de golpe, com tanques cercando o La Moneda. Foi o “tanquetazo”, posto na praça três meses antes do golpe definitivo e da formação da junta militar que depôs Allende e impôs 17 anos de sanguinária ditadura.

A nova tentativa de golpe foi sufocada, sob a liderança do general Carlos Prats, então comandante do Exército Chileno. Entre os heróis do dia contra o “Tanquetazo” estava o também general Augusto Pinochet, que três meses depois encabeçou a Junta Militar da ditadura, formada com Allende ainda vivo, entrincheirado no La Moneda.

Isto foi há 50 anos, meio século antes de o Brasil assistir a uma tentativa de golpe militar estrelada por oficiais da ativa conspiradores, mas algo hesitantes, e por oficiais de linha fascista da reserva.

A julgar pelo comportamento da mídia brasileira às vésperas do primeiro aniversário do 8/1, esta mídia diria que Valenzuela e Pinochet “salvaram a Democracia” no Chile.

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