Por Yurick Luz – DCM
A mais recente pesquisa Datafolha sobre a eleição em São Paulo destaca os desafios que o atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), e o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) enfrentam na disputa.
Embora estejam à frente na corrida eleitoral, ambos precisam conquistar eleitores mais alinhados com seus principais apoiadores políticos, o ex-presidente Jair Bolsonaro(PL) e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), respectivamente. No entanto, Pablo Marçal (PRTB) e José Luiz Datena (PSDB) também têm se fortalecido nesse cenário.
Conforme o levantamento divulgado na última semana, Nunes sofreu uma queda no apoio entre os eleitores que votaram em Bolsonaro no segundo turno de 2022, passando de 42% para 38% desde julho.
Em contrapartida, Marçal, que disputa a preferência de eleitores mais à direita, viu seu apoio subir de 22% para 29% em um mês. Com uma margem de erro de seis pontos percentuais para esse grupo, os dois candidatos estão tecnicamente empatados entre os bolsonaristas.
Apesar de ser apoiado por Bolsonaro, Nunes e o ex-presidente participaram juntos de poucos eventos públicos este ano. De acordo com o Datafolha, 34% dos paulistanos ainda não conseguem identificar quem é o candidato apoiado por Bolsonaro.
Esse distanciamento permitiu que o empresário ganhasse terreno entre grupos que têm afinidade com o ex-capitão, como os evangélicos, onde sua preferência subiu de 14% para 18% em um mês, enquanto Nunes caiu de 27% para 26%.
Marçal também tem se destacado entre os homens, um segmento onde os candidatos bolsonaristas costumam ter melhor desempenho em comparação com o eleitorado feminino. Em julho, Marçal tinha 14% das intenções de voto e agora registra 20%, enquanto Nunes caiu de 27% para 26%.
Outro ponto a favor de Marçal é seu avanço entre o eleitorado jovem, de 16 a 24 anos, onde ele lidera as intenções de voto. Embora esse grupo não seja mais fortemente associado ao bolsonarismo, ele é fundamental na disputa digital.
Marçal é escolhido por 25% desse público, uma alta significativa em relação aos 13% que tinha em julho. Nunes, por outro lado, manteve-se estável com 12% das intenções de voto.
Assim como Nunes, Boulos também enfrenta dificuldades para garantir o apoio dos eleitores de seu principal aliado, Lula. Apenas 41% dos que votaram no presidente na última eleição presidencial apoiam Boulos, um número estagnado em relação a pesquisas anteriores.
No mesmo grupo, 18% preferem Nunes, o mesmo índice registrado em julho. Datena, por sua vez, é o candidato que mais cresceu nesse segmento, aumentando de 7% em maio para 12% atualmente.
Mesmo com os gestos públicos de apoio de Lula, incluindo sua presença no lançamento da candidatura de Boulos e uma multa por campanha antecipada, o psolista tem encontrado dificuldades para ampliar sua base entre os eleitores que votaram em Lula no segundo turno de 2022, quando o presidente venceu em São Paulo com 53,5% dos votos válidos, contra 46,5% de Bolsonaro
Matéria publicada originalmente no link abaixo do DCM