Por Fernando Castilho
A última pesquisa XP/Ipesp que iria ser divulgada na sexta-feira (10) não vai mais sair.
Flávio Bolsonaro, bolsonaristas e aliados do presidente intimidaram a empresa de investimentos a ponto de provocar sua desistência.
Critiquemos ou não a pusilanimidade da XP, o fato é que vivemos um período anormal no Brasil que poderia ser chamado de fascista.
O tiro, porém, saiu pela culatra, já que a hashtag #DivulgaXP subiu ao topo do trendtop do twitter. Isso significa que grande parte das pessoas já imaginou o resultado desfavorável ao delinquente que ocupa o Palácio do Planalto em relação ao ex-presidente Lula, o primeiro nas pesquisas.
Além disso, um verdadeiro furacão foi desencadeado atingindo em cheio o ninho de ratazanas que rodeia e coordena a campanha do presidente.
Mas o desespero mesmo, pra valer, foi dele mesmo.
O fato em si de censurar a XP já é indício forte desse desespero, mas, segundo registros que a grande imprensa ainda não noticiou – e não sabemos se vai noticiar – hoje esse desespero causou um surto no capitão.
Aos berros, que dava pra se ouvir além das paredes da sala onde se encontrava, o presidente acusava o PT, STF, TSE e, pasmem, o centrão, de um conluio contra ele, no melhor estilo Calígula.
Desde o começo de seu governo venho sustentando que seu comportamento insano não é só método como a maioria afirma. É insanidade. E muita.
O capitão sempre se sentiu perseguido. Por isso, sempre encara a vida como uma guerra onde luta contra todos. E todos são seus inimigos.
Ultimamente ele tem afirmado em seus discursos que está numa guerra do bem contra o mal.
Desde que assumiu o governo sempre culpa os outros pela sua incompetência e pelo seu fracasso.
Se a Covid se alastrou pelo país, a culpa é do STF que não deixou ele combatê-la, mas dividiu a competência com os estados e municípios.
Se a inflação voltou, a culpa foi da Covid e da guerra na Ucrânia.
Se os preços da gasolina não param de subir, a culpa é dos presidentes da Petrobras (que ele mesmo escolhe!) Mas não cobrem dele porque não é com ele.
Agora ele surtou de vez e isso já deu pra ser percebido em seus últimos discursos inflamados em que só faltam os olhos saírem de suas órbitas.
Provavelmente a pesquisa da XP/Ipesp daria mesmo o que estão comentando nas redes sociais, cerca de 54% para Lula e 28% para Bolsonaro. Daria Lula no primeiro turno. E é esse o principal motivo do surto.
O outro motivo é o preço do diesel.
O presidente insano, escudado por outro maluco, Paulo Guedes, pretendem vender a Eletrobras para utilizar os recursos para subsidiar fortemente o preço do óleo diesel para tentar reduzir as animosidades dos caminhoneiros, além de baixar os preços do alimentos, o que pode em tese lhe render uma subida nas pesquisas.
Ocorre que o dinheiro da venda da empresa se esgotaria no final do ano. Perderíamos uma grande empresa para alavancar sua candidatura somente. Isso em si, além de enorme lesa-pátria, é ideia de quem não bate bem.
O capitão se desespera porque não vê mais saída.
Se não acontecer algo fortuito para ele até o primeiro turno, Lula leva.
Mas desta vez A Facada 2, A Missão não emplaca mais.
A saída seria um golpe, mas até para isso ele não vem conseguindo agregar forças.
A esperança para ele está no 7 de setembro próximo. Se repetir o fiasco de 2021, adeus.
Mas será que aguenta até lá?
Os sinais são claros de que não está bem.
Se colocou o centrão no rol daqueles que estão em conluio contra ele, significa que está pior do que imaginamos.
Enquanto Lula passa uma imagem de serenidade para a população, o capitão demonstra cada vez mais que a insanidade se agravou em sua cabeça. E isso tende a piorar ainda mais.
Como Calígula, o capitão perderá aos poucos o apoio de seus homens mais próximos e, mesmo que não seja assassinado como o imperador romano, restará extremamente enfraquecido da disputa.
Fernando Castilho é arquiteto e professor. Criador do blog Análise e Opinião