Por Jorge Leonardo Alzate – Infobae
Com requintes de crueldade, braços e pernas de uma mulher transgênero foram quebrados e depois ela foi jogada ainda viva em um rio.
Ativistas e membros da comunidade LGBTI+ de Antioquia, na Colômbia, estão de luto pelo crime bárbaro que tirou a vida de Sara “la Millerey”, como seus amigos a conheciam, no início de abril de 2025.
Segundo relatos compartilhados nas redes sociais, Sara teve braços e pernas quebrados antes de ser jogada no barranco de Playa Rica, no município de Bello, na Colômbia. O crime teve requintes de crueldade.
Nas redes sociais, familiares e amigos lamentaram a notícia após sua morte ser confirmada na tarde de domingo, 6 de abril.
As últimas horas de Sara foram dignas de filmes de terror. Seus agressores, não contentes em espancá-la, decidiram imobilizá-la para evitar que escapasse de uma armadilha mortal na qual, apesar de seus apelos, foi impiedosamente assassinada.
Sua morte é um lembrete dos desafios ainda enfrentados pela população transgênero na Colômbia, uma das mais afetadas pela violência sem sentido, que, segundo a Defensoria do Povo, teve um pior desempenho em 2024.
A violência contra a população trans teve um aumento alarmante em 2024: Relatório publicado pela Defensoria do Povo no final de 2024 revelou um aumento nos casos de violência contra pessoas transgênero e não binárias na Colômbia.
Segundo o documento, entre janeiro e outubro de 2024, foram registrados 258 casos de violência motivada por preconceito contra essa população; o que representa um aumento de 29,6% em relação ao mesmo período do ano passado.
Esse fenômeno foi especialmente grave nos departamentos de Norte de Santander, Santander, Meta, Antioquia e Valle del Cauca.
A Procuradoria-Geral da República também divulgou números preocupantes: até o momento, 26 pessoas transgênero foram assassinadas, o equivalente a uma média de dois homicídios por mês no ano passado.
Esses números refletem o aumento da violência e evidenciam as barreiras estruturais que as pessoas transgênero enfrentam no país, segundo a Ouvidoria.
Isso inclui discriminação no acesso a serviços de saúde, condições prisionais adversas e dificuldades no acesso à justiça.
Segundo a Ouvidoria, esse mecanismo deve ser prioridade do Governo, pois permitirá a coordenação de esforços entre diferentes instituições e setores da sociedade para combater a violência e a exclusão enfrentadas por pessoas transgênero e não binárias.
Pessoas transgênero, em sua maioria, enfrentam obstáculos para denunciar os atos de violência e discriminação que sofrem devido à falta de sensibilidade e treinamento das autoridades responsáveis por lidar com esses casos. Isso contribui para a impunidade e perpetua o ciclo de violência.