Por Cristina Serra – no Facebook
Sinais do golpe
A notícia mais grave do dia foi publicada na coluna do Fábio Zanini, na Folha deste sábado. O presidente do Bradesco, Octavio de Lazari, gravou um vídeo em que tece loas ao Exército e lembra seu tempo de serviço militar.
No contexto atual, impossível assistir ao vídeo sem fazer relação com o discurso golpista de Bolsonaro. E é óbvio que o executivo de um dos maiores (e piores) bancos do país não pode alegar ingenuidade em relação a isso.
Lazari diz que se orgulha do tempo em que se apresentava como “soldado 939 Lazari, ao seu comando”. O comando, no caso, era um certo “capitão Gonçalves” (sim, capitão), que o fazia se sentir “diferente”, “especial”.
Diz ainda que aprendeu no Exército que “não se deixa ninguém pelo caminho”, que “o soldado Lazari continua de prontidão” e termina com o infame bordão da infame “tropa de elite”: “Missão dada é missão cumprida”.
Lazari faz o vídeo com a logomarca do banco. Trata-se, portanto, de um vídeo institucional e não “pessoal”, como a assessoria do banco alegou ao jornal. Impossível que isso não tenha passado pela avaliação da cúpula do banco.
Como sempre, o grande capital sabe escolher seus capatazes.
Cristina Serra é jornalista e escritora. É autora do livro “Tragédia em Mariana – a história do maior desastre ambiental do Brasil”. Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense
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