Por Congresso em foco
Título original: Em meio a cobranças sobre guerra, Bolsonaro passeia de jet sky no litoral paulista
Cobrado internacionalmente durante a semana para se manifestar sobre a invasão da Rússia à Ucrânia, o presidente Jair Bolsonaro passa o feriado prolongado de Carnaval no litoral paulista. No último sábado (26), Bolsonaro pilotou um jet ski em Praia Grande e subiu numa embarcação onde estavam apoiadores, que o ovacionaram. À noite, ele foi a uma pizzaria em Guarujá (SP), onde posou para fotos com simpatizantes e foi chamado de “mito”.
As imagens do passeio foram registradas pelo deputado Hélio Lopes (União-RJ) e pelo assessor especial da Presidência Mosart Aragão nas redes sociais. Ambos acompanham o presidente na viagem. Bolsonaro está hospedado no Forte do Andradas, em Guarujá. O presidente desembarcou no litoral paulista no sábado de manhã e só deve voltar a Brasília na próxima quarta-feira (2).
Bolsonaro não costuma passar os períodos de descanso em Brasília. As férias de fim de ano do presidente custaram quase R$ 900 mil aos cofres públicos, de acordo com informações prestadas pela Secretaria-Geral da Presidência ao jornal O Globo, mediante solicitação feita com base na Lei de Acesso à Informação (LAI). Durante os sete dias em que permaneceu em São Francisco do Sul, no final de 2021, Bolsonaro andou de jet ski várias vezes e deu “cavalo de pau” em um parque de diversões.
Pouco mais de uma semana após visitar o presidente russo, Vladimir Putin, a quem manifestou “solidariedade”, Bolsonaro escreveu ontem nas redes sociais que o governo brasileiro está fazendo todo esforço para não deixar nenhum brasileiro na Ucrânia, país atingido pelas forças da Rússia nos últimos quatro dias. Em nenhum trecho da mensagem, o presidente citou nominalmente a Rússia.
“A posição do Brasil em defesa da soberania, da autodeterminação e da integridade territorial dos Estados sempre foi clara e está sendo comunicada através dos canais adequados para isso, como o Conselho de Segurança da ONU, e por meio de pronunciamentos oficiais”, afirmou.
Na quinta, Bolsonaro censurou o vice-presidente Hamilton Mourão por ter declarado apoio à Ucrânia e se manifestado contra a Rússia. Depois de forte cobrança de autoridades americanas e europeias, o Brasil votou, no dia seguinte, a favor da resolução do Conselho de Segurança da ONU contra a invasão russa. Mas a decisão, apoiada pela maioria dos integrantes, foi barrada pela própria Rússia, que preside atualmente o colegiado. Foram 11 votos a favor da resolução, três abstenções e o voto contra dos russos. O documento responsabilizava a Rússia pela guerra, condenava a agressão à Ucrânia e defendia a soberania dos ucranianos. Também cobrava dos russos a retirada imediata das tropas no país vizinho.
Matéria publicada originalmente no link abaixo do Congresso em foco