Por Felipe Ruffino – Alma Preta
Dados expõem falhas no combate ao racismo estrutural
Desde o início do governo Tarcísio de Freitas (Republicanos), as mortes de negros em ações policiais no estado de São Paulo aumentaram mais de 80%.
Segundo dados divulgados pelo UOL, em levantamento realizado pelo Instituto Sou da Paz com base nas informações da Secretaria de Segurança Pública do estado, a violência policial segue atingindo de forma desproporcional a população negra, o que escancara a persistência do racismo estrutural no Brasil. A questão racial é intrinsecamente ligada à segurança pública.
A história de repressão aos corpos negros, herdada do período escravocrata, se reflete na criminalização dessa população, que hoje representa a maioria das vítimas da violência estatal.
A estratégia de combate ao crime promovida pela gestão Tarcísio, especialmente em operações como a “Operação Escudo”, reflete uma política que trata as áreas periféricas — majoritariamente habitadas por negros — como zonas de guerra.
Embora seja justificada como uma resposta ao aumento da violência, essa abordagem revela uma tendência de uso desproporcional da força.
O aumento dessas mortes não pode ser visto isoladamente, pois está ligado a uma estrutura social que marginaliza o povo negro desde os tempos coloniais.
Operações que promovem o confronto direto em vez de políticas de prevenção contribuem para perpetuar um ciclo de violência e opressão, onde o Estado, ao invés de proteger, é o agente da morte.
O alarmante crescimento dessas estatísticas reforça a necessidade de se discutir o racismo estrutural que legitima e naturaliza a violência contra os negros.
O estado de São Paulo tem a maior força policial do país, e, paradoxalmente, uma das mais letais, especialmente para os jovens negros.
A gestão pública, portanto, precisa urgentemente rever suas políticas de segurança e adotar medidas que combatam a discriminação racial, evitando que a cor da pele continue sendo uma sentença de morte.
Este aumento, embora trágico, deveria ser um alerta. O Brasil não pode mais fechar os olhos para as consequências de suas práticas policiais racistas.
Para romper com essa realidade, é preciso, acima de tudo, promover uma mudança estrutural, onde as vidas negras não sejam apenas números em estatísticas de violência, mas sejam valorizadas e protegidas pelo Estado.
Felipe Ruffino é jornalista, pós-graduado em Assessoria de Imprensa e Gestão da Comunicação, possui a agência Ruffino Assessoria e ativista racial, onde aborda pautas relacionada à comunidade negra em suas redes sociais @ruffinoficial.
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