Por Simão Zygband
Como diz o ditado, não se faz omelete sem quebrar os ovos. Amanhã completam 10 dias do governo Lula e os fascistas não parecem dispostos a arredar pé de seus objetivos golpistas, que é derrubar o governo legitimamente eleito pelo povo.
Todos conhecem a índole pacífica do presidente Lula. Um conciliador que vai ao limite para evitar atritos. Mas desta vez os fascistas estão ultrapassando todos os limites. Assumem atitude beligerante e ameaçam fisicamente aqueles que não pensam como eles.
Depois das cenas de vandalismo ocorridas no dia 12 de dezembro, em Brasília, quando o presidente eleito foi diplomado e os fascistas tentaram invadir a sede da Polícia Federal, pretendiam dinamitar um caminhão-tanque no aeroporto de Brasília e queimaram 15 ônibus (isso, por si só, já valeria uma ação mais dura), agora os “viúvos” de Jair Bolsonaro agridem jornalistas, atacam o cidadão comum e até uma senhora de idade, portando a bandeira do PT, ia ser agredida, não fosse a ação de terceiros para conter a fúria das bestas, em Higienópolis, um bairro de classe média de São Paulo.
As viúvas de Bolsonaro, possivelmente financiados por covardes ocultos, estão com sangue nos olhos e se necessita urgentemente de uma ação da polícia federal, agora já sob o comando do ministro da Justiça, Flávio Dino, Os relatos de agressão e inibição do trabalho jornalísticos se sucedem. E ataques ao cidadão comum estão ocorrendo em vários estados.
Veja o relato deste repórter fotográfico que foi fazer a cobertura de “manifestações” que estão ocorrendo em frente a refinaria Henrique Lage (Revap) da Petrobras, em São José dos Campos, no Vale do Paraíba, no interior de São Paulo, onde os fascistas estão atuando como terroristas e bloqueando o terminal de combustíveis, impedindo a entrada e saída de caminhões, visando o desabastecimento e a criação de um clima de terror.
Na denúncia, recebida com exclusividade pelo Construir Resistência, o repórter pede apoio do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, pois mesmo com toda a cautela que a cobertura exige, foi ameaçado pelos golpistas ao tentar fotografar o bloqueio dos terroristas à refinaria’.
“Hoje eu fui na frente da Revap. Agora eles estão no Centro de Tecnologia Aeronáutica (CTA) e também na Revap. Comecei a fotografar com uma teleobjetiva (lente para grandes distâncias), por que eu vi que até tinha uns carros de polícia. Preferi não “provocar muito”. Deixei meu carro parado e comecei a fazer as fotos. Não deu um minuto, já apareceu um cara gritando para eu ir lá fotografar no meio, de onde eu deveria fotografar, o que fotografar. Não respondi nada. Pensei comigo: não tem muito o que fazer. Eu estou aqui sozinho e não quero “provocar” ninguém. Aí eu recuei. Pensei: vou embora. Tinha feito meia dúzia de fotos. Entrei no carro e tive que fazer a volta bem perto deles. Ainda tive a tensão de ter que passar bem no meio deles com um carro cheio de adesivos atrás. Na hora que eu estava saindo, este cara que apareceu gritando estava me filmando com um celular. Aí eu fiz o contorno, o cara atravessou o gramado e continuou me filmando. Eu queria fazer um apelo para o Sindicato sobre esta perseguição que a gente está tendo, de como está difícil trabalhar. Eu faço todo tipo de pauta, mas está tolhido, acuado, com medo. Mesmo para ir à Brasília (na posse do Lula), tinha muita gente dizendo para não ir, pois seria um mar de sangue. Em Brasília muita gente deixou de ir à posse por causa desta tensão”.
Ontem, finalmente, o ministro Flávio Dino solicitou o apoio da Força Nacional para tentar evitar conflitos, em Brasília, onde os fascistas prometem realizar neste domingo novas manifestações golpistas. Vários ônibus contendo fascistas desembarcaram na Capital Federal para tumultuar a democracia. O protesto está sendo considerado por eles como “uma guerra”. Foram convocados possuidores de armamentos, os chamados Colecionadores Atiradores Desportivos e Caçadores (CACs). Os golpistas debateram, inclusive, a possibilidade de invadir o Congresso Nacional, revela a revista Fórum.
Ninguém prega a violência, mas é necessário dar um basta nos golpistas e fazer cumprir a lei. Não se trata, portanto, de baixar o cacete nos “manifestantes”. Mas de defender a Constituição e a integridade física dos cidadãos.
Hoje é o Dia D para a Democracia e para o governo Lula. Ou vai, ou racha.