Longa metragem usa a metáfora das mães para tratar dos cidadãos que vivem o luto interminável das vítimas do franquismo e que foram entrerrados em fossas ainda não localizadas
Por Marcelo Hailer
Estreou na última sexta feira (18) na Netflix, o filme “Mães Paralelas”, nova obra de Pedfro Almodóvar que usa a metáfora das mães para tratar dos “desaparecidos” políticos da Guerra Civil Espanhola (1936-39) e da subsequente ditadura de Francisco Franco (1939-1975), que foram enterrados em fossas espalhadas por todo o país.
O longa também representa a preocupação política do diretor com a ascensão da extrema direita em seu país e no Ocidente e, de quebra, rendeu à Penélope Cruz a indicação na categoria de Melhor Atriz ao Oscar 2022.
Seria injusto com a cinegrafia de Almodóvar afirmar que “Mães Paralelas” é o seu filme mais político, até porque, quem acompanha o trabalho do diretor espanhol sabe que todas as suas obras são políticas, até as comédias tresloucadas o são, pois, em sua longa carreira, o cineasta sempre utilizou as suas lentes para tratar dos corpos e vidas considerados “anormais” pelo pensamento conservador.
CONSTRUIR RESISTÊNCIA recomenda a leitura da matéria completa publicada na seção Opinião da Revista FORUM em 19/2/2022.
Marcelo Hailer é jornalista, mestre em Comunicação e Semiótica (PUC-SP) e doutor em Ciências Socais (PUC-SP).