Por Simão Zygband
Lá se foi como um passarinho a Maria Amélia Guerra, aos 108 anos. Acreditei que este dia nunca ia chegar. Achei que ela era imortal. Deveria ser. Você sabe o que é viver mais de 100 anos, isso mesmo, um século inteiro e ainda agregar mais oito anos nesta odisseia? Ela fazia parte do seleto grupo de brasileiros (mas era portuguesa, com certeza), de 38 mil pessoas que ultrapassaram o centenário no Brasil.
Poucos tiveram uma amiga tão longeva quanto eu. Ela era de uma docilidade inigualável, sempre risonha, transpirando dignidade. Criou viúva os 6 filhos homens, com uma fibra invejável. Era amiga de minha mãe Sarah, com quem fazia longas caminhadas à beira da praia de Paúba, no litoral norte de São Paulo. Era lindo de ver as duas já velhinhas proseando, desviando nas ondas do mar.
Claro que deixará saudades. Evidente que tinha a fórmula da longevidade: sua eterna pulsação positiva, seu bom astral, sua felicidade. Ela gostava de viver, e viveu intensamente os seus 108 anos.
Hora de descansar, Dona Amélia. Leve este seu astral elevado para as esferas que julgar necessárias.
Meus sentimentos à Família Guerra.
Repercussão