Guilherme Boulos e os marqueteiros

Por Paulinho Cavalcanti

Desde 2015 – a legislação eleitoral brasileira, muito proba, decidiu que para acabar com a farra, o Estado bancaria e financiaria todas as campanhas eleitorais, obviamente com o dinheiro do contribuinte.

Diante dos gastos de campanha de Boulos, é de se imaginar que Nunes, na utilização de toda a máquina pública, pode ter gastado pelo menos 3 vezes mais.

Porém, a imprensa, o TSE, não estão interessados nisso. Afinal, é ele o candidato “da elite” e a elite pode tudo.

Pode até, um governador mequetrefe, chamar uma entrevista coletiva no dia da eleição, para fazer ilações sem provas, que nada irá acontecer contra ele.

Fim de eleição, perdemos, agora vamos falar de números

Na eleição de 2020, Guilherme Boulos disputou contra Bruno Covas, e os índices obtidos impressionam pela semelhança quase exata.

Em 2020, Boulos 40,62% dos votos, e em 2024 – o índice foi de R$ 40,65%, ou seja, avançou 0,03%.

Qual é a curiosidade?

Boulos disputa em 2020 – tendo como sua vice, Luiza Erundina, também do Psol, ou seja, era uma chapa puro sangue, (com dois rejeitados), sem apoio de presidente, sem aliança com PT, enfim……

Ao todo, ele recebeu R$ 81,2 milhões em recursos e gastou, segundo o portal da Justiça Eleitoral, R$ 57,2 milhões.

Naquela eleição de 2020, Boulos gastou 16 vezes menos, ou seja, um total de R$ 3,3 milhões.

E tem um outro detalhe interessante, na eleição de 2020

Boulos defendeu as ideias de esquerda que sempre defendeu, incluindo posições progressistas em relação às drogas, ao aborto e à segurança pública.

Armani

Em 2024, os marqueteiros, transformaram Boulos, mudaram o figurino, deram um ar de executivo ao candidato.

Meteram ele num Armani bem cortado tentando agradar e convencer o eleitor conservador, maneirando nas suas posições de esquerda e até flertou com Pablo Marçal naquela sabatina, cujo resultado prático, foi zero.

Não convenceram

Urnas apuradas, comprovam que todas as estratégias de marketing, não convenceram um eleitorado que neste momento, está todo ele orientado à direita, em sendo assim, a embalagem não convenceu o conservadorismo e as periferias de SP.

A grande sacada de Boulos, foi, infelizmente, tardia, que foi reeditar a Caravana da Cidadania, se embrenhando pelas periferias, e dormindo na casa de eleitores.

Caso essa medida fosse tomada logo no início do 1º turno, acredito que o resultado teria sido bem melhor, ou quem sabe até derrotando Nunes.

Lamber feridas

Agora fechando…..independente de qualquer “analogia que se faça”, o Pablo Marçal, foi aquela pedra que surgiu no meio do caminho, e desarranjou todo o meio de campo, prevalecendo para o povo de SP, o que havia de pior, Ricardo Nunes.

Agora é lamber as feridas, e se preparar para 2026 – afinal, virou tradição se discutir política somente de 2 em 2 anos…daí o resultado ser esse.

Paulinho Cavalcanti se autodenomina especialista em nada

Foto de abertura: Rafaela Araújo/Folhapress

Nota da Redação – este texto não representa necessariamente a opinião do Construir Resistência

Contribuição para o Construir Resistência ->

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *