Por Marilena Chauí
Este é um trecho da entrevista concedida pela filósofa Marilena Chauí ao jornalista Leandro Demori na TV Brasil
“Está surgindo uma uma nova subjetividade produzida pelo mundo digital.
Primeiro, é uma uma subjetividade narcisista. Ou seja, existir é ser visto.
Se você não é visto, você então quer ser visto, é a primeira marca do narcisista. Só que como você depende para ser visto do olhar do outro e você não tem o controle sobre o olhar do outro, você ininterruptamente, como Freud dizia, é inseparável da depressão.
Então você tem uma uma subjetividade nova que é narcisista, depressiva e que depende desesperadamente do olhar alheio.
E por isso ela depende do influencer do coach do não sei quem mais.
Ela depende desses olhares todos que garantem que ela existe.
Ora, quando ela, quando ela não tem esses olhares de externos de garantia pra si própria, ela entra em depressão.
E eu não sei se você sabe, há estudos do aumento gigantesco da taxa de suicídio entre os jovens no mundo inteiro.
Não houve uma mudança tecnológica. Houve uma mutação civilizacional. É um outro mundo, é uma outra coisa. O mundo virtual é outra coisa”.
Marilena Chauí é filósofa, escritora e professora emérita de História da Filosofia Moderna na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo
Veja o trecho da entrevista no link abaixo
https://x.com/i/status/1853986913742471216
A íntegra da entrevista :
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Respostas de 2
Chauí, como sempre, certeira na análise. O narcisismo se alia ao hedonismo, ao consumismo e desemboca no invidualismo.
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