Despertava e adormecia no cio
Termômetros marcavam-lhe as febres…
Temperaturas elevadas
Ebuliam e vibravam
Sem sinal de baixa
Dos humores
Do tesão descomedido
E das sedes infindas
Na boca sempre seca
No desvão sempre úmido…
Lisérgicos tentaram lhe abrandar
Palavras incendiadas…
Ministraram antipiréticos
E banhos de água fria nas vontades…
Compressas lhe comprimiram
Os tremores das pernas caminhantes…
Ousaram acamar em convalescença
Seu ardor sadio
De mulher de querências…
Anestesistas lhe injetaram
Na coluna do brio
Doses cavalares de impotências…
Em vão!
Nela eram permanentes
Os feromônios do desejo de transar
Com a Vida!
Viver é um scotch
De orgasmos múltiplos…
Sem gelo…
Salud!
Renata Corrêa é poeta e ativista cultural. Uma das organizadoras de dois coletivos literários na cidade de Niterói: Coletivo de Mulheres Poetas e Sarau Horto Canto do Poeta. Além de compor o Coletivo Feminista de Arte e Poesia “Vozes Escarlate.” Professora da rede pública, atuando em promoção de leitura na Biblioteca Popular Municipal Monteiro Lobato. Mestra em Educação pela Universidade Federal Fluminense. Encontra-se em processo de finalização seu primeiro livro autoral. “Mãe, feminista, antifascista, se escreve em poesia e revolução.”