Por Augusto de Sousa – DCM
Enquanto as pesquisas apontam uma vantagem de Ricardo Nunes (MDB), candidato à reeleição em São Paulo, sobre Guilherme Boulos (PSOL), a participação do presidente Lula (PT) e do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) podem equilibrar o pleito na capital paulista, segundo a Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP) em um estudo publicado na última sexta-feira (27), ao qual o DCM teve acesso.
No primeiro cenário, quando perguntados somente em quem votariam, 43,1% dos entrevistadores escolheram o atual prefeito, contra 35,3% de Boulos. Porém, após citarem o apoio de Bolsonaro, Nunes perde 2,6% das intenções de voto, ficando com 40,5%, enquanto o candidato do PSOL cresce 3,7% quando os eleitores descobrem que Lula o apoia, chegando a 39%.
Neste cenário, 14% ainda responderam que votariam em branco ou nulo, ou nenhum, e 6,5% não souberam responder.
Segundo Tathiana Chicarino, cientista política da FESPSP, a entrada dessas lideranças pode reverter o quadro que aponta para uma vitória do atual prefeito. “O cenário aponta para um segundo turno mais acirrado do que imaginávamos em um primeiro momento”, explicou.
O estudo também mostra que 30,9% dos eleitores de São Paulo preferem votar em um candidato apoiado por Lula, enquanto 21,3% responderam que elegeriam um nome indicado por Bolsonaro. O apoio de Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador do estado, é influente para apenas 8,6% dos entrevistados, enquanto 34% afirmaram que essas referências não têm importância.
A pesquisa também mostra a importância do eleitorado evangélico para Nunes. Segundo o estudo, 28% dos entrevistados que seguem essa religião afirmaram que votariam no candidato apoiado por Bolsonaro. Já entre os católicos, por exemplo, o nome indicado por Lula seria a escolha de 30% dos paulistanos contra 19% que votariam na referência do ex-presidente.
A diferença a favor de Boulos é ainda maior entre as pessoas que responderam seguir outras religiões. Enquanto 39% afirmaram que seguiriam a escolha do petista, apenas 17% seriam influenciados pelo político de extrema-direita.