Da Redação
A irresponsabilidade da Folha de S.Paulo é gravíssima. O jornalismo tipo “lacração” que se posa de isento, neutro e imparcial incita a animosidade, alimenta ódios e aprofunda a criminalização da política, que contribui para a construção do extremismo de direita no Brasil, responsável dentre tantas outras coisas pelo impeachment fraudulento – golpe – em 2016, pela eleição de Bolsonaro, pelo atentado contra o Estado Democrático de Direito deste 08 de janeiro. Discutir o papel da imprensa na sociedade contemporânea é urgentíssima.
Abaixo capa da @folhadespaulo e duas capas do @oestadodoseupaulo de 2016.
Renata Mielli – coordenadora do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé
Foto criminosa
A foto do Lula na capa da Folha (me nego a reproduzir) não sairia em 90% dos jornais brasileiros, dos pequenos aos grandes, de Quaraí a São Paulo.
A foto de Gabriela Biló é criminosa, é a representação rasteira, porque manipulada, de um cenário de incitação ao ódio.
Não é uma charge, é uma foto que faz conexão direta com a realidade, porque tenta encená-la da pior forma possível.
Quem quiser ver, é só procurar pelas capas de jornais, de livre acesso, ou buscar no Google.
Se esse tipo de foto está mesmo liberado, temos a prova de que também o jornalismo, contagiado pelo fascismo, abriu a porteira para a boiada do vale-tudo.
Chegamos ao estágio ético de Ricardo Salles também nos jornais em decadência.
Moisés Mendes – jornalista
Momento inoportuno
A foto da capa da Folha, de Gabi Biló, gera polêmica. Menos pela fotomontagem do que pelo histórico do jornal na defesa da ditadura, golpe, anti-Lula, anti-PT e anti-povo.
A foto é tecnicamente perfeita. Mas se é ou não jornalística é outra história.
Creio que não.
Imagino que a Folha deveria ter dado a foto internamente e com uma legenda sobre a fotomontagem, criatividade e a arte na fotografia.
Fosse uma fotografia com uma granada estilhaçando o prédio do jornal os diretores estariam agora num processo conhecido de vitimização.
E não aceitariam o argumento da foto-arte.
O momento é inoportuno para imagens assim? Claro.
E achar a fotografia descontextualizada no conteúdo jornalístico é censura? Claro que não.
Há de se analisar entre duas pragas dos nossos tempos: a censura e o corporativismo.
Este segue o padrão comum aos humoristas que não querem ser criticados. E em nome do humor destruíram reputação.
Fábio Lau – jornalista
Estupidez não é arte
Sem eufemismos. O nome disso é canalhice, incitação ao ódio. Mas, com certeza leremos (pelo menos o título) alguma tese “crítica” chamando a estupidez de arte.
Luiz Hespanha – jornalista