Por Manoel Olavo
Após enterrar a própria mãe, o presidente da República foi a uma lotérica, fazer uma fezinha na mega-sena. Aproveitou a ocasião para novamente declarar, sem prova ou base na realidade, que uma criança de 12 anos teve complicações cardíacas por causa da vacinação para covid. É mentira. A menina tinha uma cardiopatia congênita e o quadro nada teve a ver com a vacina. Mas ele repete a mentira. Ele mente e manipula continuamente, sem o menor pudor, e joga a favor da morte na pandemia de covid19.
O nome disso? Costumava ser sociopatia ou psicopatia. Hoje em dia, chama-se transtorno antissocial de personalidade. Mas o diagnóstico psiquiátrico não importa. É um erro enfatizar este ponto. Mesmo porque ele não livra alguém de ser responsabilizado por seus atos criminosos. Bolsonaro é um criminoso político, um assassino de massas, um traidor da pátria, um flagelo a serviço da morte, da miséria e do caos.
O que não podemos perder de vista é que temos um homem perigoso, violento, destrutivo e sem empatia humana na presidência. Um mau caráter ligado à pior escória humana de corruptos, milicianos, torturadores, espertalhões e desonestos do país. Que este homem é responsável, por seu negacionismo, pela morte de 620 mil brasileiros. Que sua incompetência e visão anti-Brasil destruíram o Estado, o projeto nacional, a economia brasileiras e transformaram o país inteiro num bordel. Que ele atirou a população nas trevas da fome, da inflação, do desemprego, da perda de direitos sociais, e governou apenas para os seus: militares, milicianos, mafiosos, políticos do centrão, empresários inescrupulosos e gente de sua família.
Também não podemos esquecer que este homem tem ódio da democracia, cultua a ditadura militar e planeja golpear as instituições democráticas e o estado de direito desde o primeiro dia de seu lamentável governo.
Se Deus quiser, em breve estaremos livres desta maldição que se abateu sobre o Brasil. É preciso que o infame e irresponsável Bolsonaro esteja íntegro ao final do desastre que impingiu à nação para ser responsabilizado criminalmente pelos inúmeros crimes dolosos e culposos que cometeu. Julgado, responsabilizado e exemplarmente punido. Para que a sombra da tragédia do fascismo farsesco e militarizado nunca mais se repita entre nós. Para que se aprenda que ódio, estupidez, intolerância e atraso civilizatório nunca serão a resposta para nossos inúmeros problemas.
E, de modo didático, para que a população brasileira possa refletir sobre quanto é fácil confundir luz e trevas.
Manoel Olavo
Médico psiquiatra. Professor e Pesquisador do Instituto de Psiquiatria da UFRJ e do INI- FIOCRUZ. Co-autor do livro “Contos de resistência em tempos de pandemia ” (2021).