Construir Resistência
Screenshot_20240905_135621_Chrome~2

Sueltos da Internet (Dia da Amazônia) – por Simão Zygband

Da Redação

“Os números mostram que na década de 70 a Amazônia havia perdido apenas 1% de seu território com o desmatamento e que hoje já atinge a casa dos 20%. É resultado de uma política que facilitou a ação deste tipo de negócio com características, muitas vezes, predatórias, que visa o lucro rápido, mas que, ao contrário de gestão sustentável, é impiedosa contra o meio ambiente”.

“O agronegócio, no Brasil, se tornou um negócio com pouca ou nenhuma fiscalização, formando gigantescos pastos e lavouras de soja no cerrado brasileiro ou na floresta amazônica, para a produção de alimentos pulverizados por cancerígenos agrotóxicos – o país é um dos maiores consumidores de agrotóxicos do mundo, utilizando 370 mil toneladas de pesticidas por ano, muitos deles mortais à saúde”.

“A Amazônia existe em nove países sul-americanos, 60% dela em solo brasileiro, é uma parte considerável de toda a área florestada do planeta e não apenas é considerada o pulmão do mundo, mas também é responsável pela formação de gigantescos rios voadores, uma espécie de curso d’água invisível que circula pela atmosfera e se dispersa por todo o continente. Alguns pesquisadores sustentam que, sem essa umidade, as regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul brasileiro teriam se transformado em desertos”.

“Os debates sobre a Amazônia tem voltado com força neste ano pois o desmatamento, através de queimadas, tem colocado em risco este ecosistema planetário, como numa antes havia acontecido no Brasil, incentivados por uma política internacional, que tem grandes reflexos em solo brasileiro.

“Independente de qualquer ação, de qualquer análise, de todos os agentes internos e externos que agem na questão amazônica, é fundamental e urgente preservar a floresta. Para isso, é necessário impedir o avanço das fronteiras agrícolas, no formato que está sendo realizado,  pois as consequências serão extremamente graves, inclusive para o próprio agronegócio, que não contará mais com o mesmo regime de chuvas para a irrigação da produção e para o plantio”.

“Evidente que os defensores do agronegócio acharão que este é um discurso de hippie velho, admirador da cultura indígena ou de ecologistas “chatos”, que eles chamam de ecochatos, mas a devastação da Amazônia fará com que o ar fique mais seco e as temperaturas se elevem, sobretudo nas regiões mais próximas à Linha do Equador, condição climática indesejável para qualquer tipo de habitante”.

“Esta floresta tropical sempre possuiu um olhar de cobiça e ganância, inclusive por países estrangeiros. Não é apenas o agronegócio, mas também a garimpagem, que destruiu muitos rios amazônicos com seu processo agressivo de exploração mineral. É um tipo de negócio que visa uma rápida lucratividade, nem que para isso seja necessário sacrificar árvores centenárias ou assorear leitos dos rios.  Este tipo de “progresso” que, afinal de contas, é um processo inexorável, – pois não há como contê-lo, deveria gerar renda e empregos, mas nem sempre é isso o que acontece. A Amazônia necessita urgentemente de um planejamento sustentável, que impeça negócios predatórios”.

“A conta do forte impacto ecológico causado por este tipo de empreendimento é apresentada para toda a sociedade, com aquecimento global, degelo das calotas polares. Todos pagam um alto preço para que especuladores faturem alto e proporcionem enriquecimento apenas para algumas poucas oligarquias familiares  brasileiras e estrangeiras, já que tudo é altamente informatizado e tecnológico, precisando de pouca mão de obra, gerando pouquíssimos empregos”.

“O mesmo processo de destruição acontece também no cerrado brasileiro, também rico em água potável e biodiversidade, sobretudo nos estados de Goiás e Mato Grosso, localizados bem no coração do país, que durante a estação seca (o período de chuvas é de outubro a março), se é possível avistar milhares e milhares de hectares de terra esturricada, onde os gigantescos latifúndios, na sua maioria composta por sojicultores ( praticantes da monocultura para exportação), preservam apenas restritos oásis com alguma cobertura vegetal, para a criação de gado. O restante do que se vê é soja para todos os lados, mas que é um verdadeiro deserto antes do período de plantio”.

“A aparência é de uma viagem pelo Saara. É praticamente um areal seco a perder de vista. As poucas árvores que existiam na região foram sacrificadas. Em quilômetros, não há uma única casa, um vilarejo e não se vêem pessoas caminhando pela estrada (as fazendas são cercadas por arame farpado). Até um bar para que se possa tomar uma água ou um refrigerante é muito difícil de encontrar. Na BR-040, no trecho que liga as cidades de Catalão a Cristalina, o que se vê é um latifúndio atrás do outro, em um cenário desolador, praticamente uma terra arrasada. É possível que não seja assim no período das chuvas, quando tudo deve ficar mais verdinho, mas na estação das secas lembra um pouco o sertão nordestino. Tudo para esperar pelo plantio desmedido de soja, realizado por tratores e com mínima presença humana”.

Trechos extraídos do livro “Queimadas na Amazônia  – uma aventura na selva” de Simão Zygband, lançado em março de 2020 e disponível como e-book na Amazon.

 

Hoje é o Dia da Amazônia, data dedicada para celebrar e refletir a importância de um dos mais significantes e impactantes patrimônio mundial. São mais de 7 milhões de km2 de florestas. Esse bioma é fundamental para o equilíbrio ambiental e climático do planeta. Pela preservação da Amazônia e garantia de seu desenvolvimento sustentável, a data deveria ser até Feriado Nacional. O Estado do Pará sai na frente dos demais ao incluir ,no currículo escolar, a matéria Educação Ambiental. Que os outros Estados do País acordem. E façam o mesmo. É preciso mais ação e providências efetivas, para preservar e salvar todos os nossos Biomas. Pensem seriamente nisso, enquanto ainda há tempo!!!

Anderson França – São Paulo/SP

 

Dia Internacional da Mulher Indígena

Hoje é celebrado o Dia Internacional da Mulher Indígena. A data foi instituída em 1983 durante o Segundo Encontro de Organizações e Movimentos da América. O dia foi escolhido em homenagem a Bartolina Sisa, mulher indígena do povo Aimará que foi morta em meio à rebelião anticolonial no Alto Peru (atual Bolívia), em 5 de setembro de 1782.

A data é uma oportunidade para reverenciar o papel histórico das mulheres indígenas nas lutas dos povos americanos. Trata-se também de uma ocasião para conscientizar as sociedades sobre a importância de assegurar os direitos das mulheres indígenas e de fomentar a sua participação nos espaços de decisão envolvendo a garantia dos direitos fundamentais dos povos indígenas e a proteção de seus direitos territoriais e culturais.

Na imagem, mulher do povo Ticuna, no Alto Solimões, Amazonas, 1959. Arquivo Nacional. Fundo Correio da Manhã.

Aparecido Lima (Cidoli) São Paulo/SP

 

Compartilhar:

Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp
Email
Rolar para cima