Do Brasil 247
Para Guilherme Boulos (Psol), a presença do bolsonarismo na figura de dois candidatos é um fato novo na campanha à prefeitura de São Paulo. Na sabatina do Brasil de Fato, o psolista ressaltou que a presença de uma figura que centralizasse as pautas e posturas da extrema direita já era esperada. “A gente sabia que poderia ter um bolsonarista, vamos dizer assim, puro, raiz, na campanha”, afirma. No entanto, as figuras de Pablo Marçal (PRTB) e Ricardo Nunes (MDB) acabaram dividindo o posto e gerando o elemento surpresa da disputa.
“O Pablo Marçal é esse bolsonarismo virulento, violento, da lacração, do ataque a qualquer custo, da falta de qualquer tipo de limite”, ressaltou o Boulos na sabatina. Já o atual prefeito e candidato à reeleição, Ricardo Nunes, foi classificado como um bolsonarista “que come de garfo e faca”, mas, segundo Boulos, não menos perigoso. “Eu lembro de uma entrevista que ele deu que falou ‘Boulos é do Hamas, do Comando Vermelho e invade casa dos outros’. Numa só frase”, lembra.
Marçal e Nunes disputam com Boulos o primeiro lugar na corrida eleitoral, considerando a margem de erro de três pontos percentuais, segundo o Datafolha. De acordo com a pesquisa mais recente do instituto, divulgada em 22 de agosto, o psolista tem 23% das intenções de voto; Marçal, aparece com 21%; e Ricardo Nunes, com 19%.
A luta contra a extrema direita foi assunto presente nas sabatinas anteriores e defendida pelos candidatos Ricardo Senese (UP) e Altino Prazeres (PSTU). Na avaliação de Boulos, a disputa no campo ideológico é o ponto alto desta corrida eleitoral. “Tenho dois adversários nesta campanha: o bolsonarismo e o banditismo miliciano; e esses dois traços estão tanto no Ricardo Nunes quanto no Pablo Marçal”, diz.