Só emoção não vence eleição

Por Maria Ester Costa

Vocês lançam um líder de movimento popular, quando o governo do estado e da cidade estão nas mãos da centro-direita e da extrema-direita, que, além de tudo, têm bancadas enormes no poder legislativo, apoio dos evangélicos, novas lideranças, e queriam ganhar a eleição? Acordaram? Achavam que o que atrapalhava era o PT não abrir mão da cabeça da chapa e agora, qual a desculpa?

Quem sabe a partir desta derrota vocês entendam porque em outros tempos lançamos a Marta, uma madame burguesa e mais adiante um filho super palatável da classe média, que foi o Haddad e, este último, ainda tendo de mostrar a bunda para o Maluf, para conseguir mais que competir e quase perder no final.

Bom para a moçada aprender que emoção não vence eleição. E que se tornar aceitável para alianças com outras forças políticas não é entreguismo, é estratégia. Ah mas e a Erundina? Venceu porque era apenas um turno, fossem dois e teria levado uma tunda maior que a do Boulos.

Qualquer um que entendesse que a vida é assim saberia que era praticamente impossível o Boulos vencer, desde o momento em que, por falta de opção, fechou a chapa com a loira, que nem precisou se dar ao trabalho de mostrar arrependimento pela traição, era o que tinha, não fosse por ela, também, nem ao segundo turno chegaríamos.

A vida é dura, retrocedemos décadas com o moralismo, o identitarismo e a autofagia da esquerda. Colhemos o que plantamos. Quer chorar, chora.

Maria Ester Costa é jornalista

 

Nota da Redação: Esta matéria não representa necessariamente a opinião do Construir Resistência

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