Sem a interdição reacionária do corpo

Aí, na foto, dois passeios da atriz Camila Queiroz pela passarela do Komplexo Tempo, aqui na ZL, na São Paulo Fashion Week.

A proposta tem como matriz a simbologia de couro e de seda, com o corpo servindo de protagonista, sem interdições do conservadorismo de direita ou de esquerda.

Porque eros é um inspirador de revoluções, daquelas que preferencialmente não usam armas de fogo. Wilhelm Reich já explicou, direitinho, como a repressão da pulsão fundamental atende aos mais nefastos interesses do fascismo.

Há uma referência à cultura moto-rider, numa costura, e noutra às heroínas dos games atuais, ou seja, à arte que chamo de pós-rafaelita. É o estilo futurista do jogo Overwatch e de outras expressões do mundo digital.

Em minha timeline do Facebook, postei imagens dessa estética. Foi há dois dias, com a arte de fruição chinês Liang Xing, mas quase ninguém curtiu. Eita, mas que povo mais careta e boboca. E que, por preconceito, preguiça ou medo da novidade, perde a chance de se atualizar.

As criações de Camila na SPFW são da Bold Strap, aquela marca criativa do Peu Andrade, que já conquistou a formidável Anitta. Vale dizer que ela e outras figuras empenhadas em derrubar as interdições ao corpo, como Luisa Sonza, Iza e Ludmilla, somam na linha de frente contra o atraso milicianista. Para refletir. E polemizar.

O som na pista foi de French Montana, o rapper marroquino-americano que agita em notas da melhor libido.

 

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