Por Tião Nicomedes
Lembro-me como se fosse hoje:
A gente rindo. Ali, depois de rodar o centro da cidade… A pé, procurando uma sorveteria.
De repente, uma rajada de chuva pega a gente de surpresa.
Tá chuva e sol: Como pode?
E tá chovendo só na gente?
Olha lá, do outro lado da rua: nenhuma gota!
E tá um céu azul! Como é que pode?
Agora, só falta a gente achar uma sorveteria sem sorvete… Já pensou, um negócio desse?
Contanto que a gente ache uma sorveteria… Né, filhota?
E foi aí que a gente riu muito mais…
Pai, eu tive uma ideia!
Outra?
E se a gente não tomasse sorvete?
Você não quer mais sorvete? De quilo: a vontade? Encher uma casquinha de biju? Em formato de flor de girassol, com cobertura de caramelo e balinhas coloridas, com farinha de nozes crocante?
É, passou a essa vontade, e eu concordo com o senhor: não existe sorveteria no centro de #São Paulo.
Ah, que bom. Finalmente! E o que você vai inventar agora?
Vamos parar numa lanchonete bem legal, e dividirmos uma bela tigela de açaí.
Tive de concordar com ela. Como sempre. Ela me faz de bobo.
Prá sobrar tempo, prá gente se divertir, à nossa maneira.
Inconsciente, de recuperar o tempo perdido…
Açaí com banana, em rodelas, e cobertura de granola e leite condensado, e também calda de caramelo. Adoro!
Tá, agora eu entendo o porquê do seu nome: Veneta. Porque você é de lua…
Veneta… Venta…
Te falei que eu já a vi esse nome, nalgum lugar. Um outdoor: Um laptop? Ah, lembrei agora: pesquisa #google:
#MarinaVeneta.

Para uma conta. Deixar todo mundo pesquisar. Sabe por que?
Um dia, eu vou para Hollywood! Gravar o meu nome na calçada da fama.
E, de verdade, talento ela tinha de sobra:
Desenhista, maquiladora, artista plástica, atriz, iluminadora, cenógrafa. Era com ela mesma.
Eu só implicava dela fazer nu artístico. Modelo vivo, na #ocupaçãocasaamarela. Outra vez, no #parlapatões.
Pois é, ela tinha razão. Em sua inquietante pressa de viver…
No fundo, sabia… que sua passagem pelo planeta #Terra ia ser rápida.
Um anjo.
Incompreendida no mundo.
Uma de suas pinturas: eu vi nascer, e batizar de Casulo. É o lugar onde as lagartas viram borboletas. Ganham asas e alçam voo.
Causa mortis:
Asfixia Mecânica.
Nem dá para acreditar. Como se a borboleta voltasse ao casulo.
Hoje, o céu ganhou uma estrela…
A mais brilhante!
Adeus, Marina.
Até um dia…
Voa para sempre. Eterna, Radiante.
A nossa borboleta, voa para sempre…

Resposta de 0
Emocionante sua crônica Tião! Marina virou a estrela mais brilhante e deixou um rastro de luz para nós. Vamos dar continuidade ao seu legado.
Muito boa crônica.