Por Ivann Carlos Lago
O Brasil levará décadas para compreender o que aconteceu naquele nebuloso ano de 2018, quando seus eleitores escolheram, para presidir o país, Jair Bolsonaro. Ex-integrante do Exército onde respondeu processo administrativo sob acusação de organização de ato terrorista; deputado de sete mandatos conhecido não pelos dois projetos de lei que conseguiu aprovar em 28 anos, mas pelas maquinações do submundo que incluem denúncias de “rachadinha”, contratação de parentes e envolvimento com milícias; ganhador do troféu de campeão nacional da escatologia, da falta de educação e das ofensas de todos os matizes de preconceito que se pode listar.
Embora seu discurso seja de negação da “velha política”, Bolsonaro, na verdade, representa não sua negação, mas o que há de pior nela. Ele é a materialização do lado mais nefasto, mais autoritário e mais inescrupuloso do sistema político brasileiro. Mas – e esse é o ponto que quero discutir hoje – ele está longe de ser algo surgido do nada ou brotado do chão pisoteado pela negação da política, alimentada nos anos que antecederam as eleições.
CONSTRUIR RESISTÊNCIA recomenda a leitura deste artigo que pode ser acessado no link abaixo:
https://racismoambiental.net.br/2020/12/03/o-jair-que-ha-em-nos-por-ivann-lago/
Ivann Carlos Lago é sociólogo, mestre e doutor em Sociologia Política. Professor da Universidade da Fronteira Sul (UFFS) no RS. O artigo foi originalmente publicado no blog Racismo Ambiental.