Lula, não ceda à pressão!

Por Pio Redondo

 

Ahh a Globo.. Uma coisa são alianças políticas com interesses específicos e inadiáveis, como derrotar um fascista que já vai tarde, mas outra é forçar a barra do governo eleito em nome de seu interesse eleitoral futuro, e contrário a quem ganhou a eleição.

Alavancada aos seus 4,16% de votos no primeiro turno pela cobertura da CPI da Covid, agora a pressão pela nomeação de Simone Tebet para o Ministério de Desenvolvimento Social é escancarada.

Mas, seria possível que um ministério de tamanha importância e complexidade, com a fome batendo na casa de 33 milhões de brasileiros, seja entregue ao MDB?

Esse ministério visto como ‘político’, na verdade exige uma expertise incomum, quadros técnicos, gestão e conhecimento acumulado por anos. Em comunidades populosas, rincões paupérrimos.

Quem criou a política pública mais importante e bem sucedida da história do país, são esses que precisam continuar o trabalho humanitário.

Já Simone, que se juntou a Lula em nome da democracia brasileira, e foi bem durante a eleição, e não por cargos, como seguidamente repetiu – agora está com a postura mais autêntica do ‘eu não abro mão’, com o MDB a tira colo.

Trabalhei cinco anos no MS, conheci muito bem o MDB de lá, comandado por André Puccinelli, de quem ela foi vice-governadora e quem a elegeu senadora.

Puccinelli responde a 32 ações de improbidade como ex-governador, e a justiça descobriu uma série (a palavra é essa) de fazendas de gado e soja em nome de laranjas. Milhares e milhares de Ha, todo mundo no MS sabe, inclusive a senadora, então sua comandada.

Agora, dizem comentaristas políticos, a esposa de Lula, Rosangela, é quem veta a entrega do cargo estratégico ao MDB. Mais que mulher do presidente, a socióloga militante deve saber o porquê, caso a restrição por parte dela seja verdadeira.

Como consequência, Rosangela tem sido atacada por veículos de qual emissora, como se vê? Quem é a mulher que sofre ataques, duros, frontais? Em nome de uma confluência de interesses políticos pra 2026.

Só que 2% ou 3% de votos não podem pautar os outros 97% de Lula. Ainda mais quando se pressiona pela troca de 80 por 8, num ministério com essa importância social, coletiva e histórica.

Tomara! que Lula não ceda à pressão.

Pio Redondo é jornalista com passagens pela principais emissoras de TV do país. Foi repórter da campanha de Lula Presidente em 1989

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *