Construir Resistência indica a leitura do livro “Entre integralistas e nazistas –
Racismo, educação e autoritarismo”
Em 1998, o historiador Sidney Aguilar Filho dava uma aula sobre o nazismo alemão para uma turma de ensino médio quando uma aluna mencionou haver centenas de tijolos estampados com a suástica, o símbolo nazista, na fazenda de sua família. Esta informação despertou a curiosidade do historiador e desencadeou sua pesquisa, a qual revelou que empresários ligados ao integralismo e ao nazismo removeram 50 meninos órfãos do Rio de Janeiro/RJ para a Campina do Monte Alegre/SP na primeira metade do século 20. Esses meninos viveram dez anos de escravidão e isolamento em uma fazenda.
O trabalho reconstituiu laços estreitos entre setores das elites brasileiras e as perspectivas nazifascistas, refletidos em um projeto eugênico. Aloísio Silva, um dos sobreviventes, lembrou essa terrível experiência, que escravizou e numerou os meninos, ele mesmo transformado no menino 23.
Entre integralistas e nazistas apresenta a história dos anos 1920, 1930 e 1940 explicando como o Brasil absorveu e aceitou as teorias de eugenia e de pureza racial a ponto de incluí-las na Constituição de 1934. A trajetória da pesquisa reforça ainda mais as teses de que os conceitos de “supremacia branca” e as tentativas de “branqueamento da população” marcaram nossa sociedade, sendo o racismo e – mais ainda – a negação do mesmo ainda perenes.
Sobre o autor: Sidney Aguilar Filho é professor e historiador formado pela USP e doutor em Educação (UNICAMP), com pós-doutorado em História da Educação (UNESP). Recebeu o MH-Prêmio CAPES de Tese, Prêmios da Fundação Carlos Chagas e da Fundação Conrado Wessel. No audiovisual, integrou os projetos Menino 23 (Grande Prêmio do Cinema Brasileiro), O Paradoxo da Democracia e a série As Inconveniências Históricas. Atua como Pesquisador-Colaborador do DH-IFCH- UNICAMP.
Edição: Alameda
Preço e número de páginas: R$ 70,00 (342 págs.)
ISBN: 978-65-5966-073-5
Formato: 16×23 cm
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