“Forasteiro e fantoche do Inelegível, Tarcísio continua  perdido em SP”, diz jornalista

Por Simão Zygband

Tarcísio de Freitas Foto: Renato S. Cerqueira/Futura Press

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, voltou atrás na ideia estapafúrdia de transferir os dependentes químicos que hoje ficam na área conhecida como Cracolândia para o tradicional bairro do Bom Retiro, na região central da capital paulista.

A ideia do governador forasteiro encontrou forte resistência numa região onde o bolsonarista carioca foi bem votado e onde residem diferentes comunidades com histórico de voto conservador. O Bom Retiro é um bairro comercial mesclado por residência onde se encontram fortes comunidades judaicas, coreanas, armênias, gregas, entre outras. O projeto descabido do bolsonarista conseguiu a proeza de unir tanto a direita e a esquerda contra sua proposta e um abaixo-assinado o repudiando chegou a receber perto de 5 mil assinaturas.

“Não vai funcionar. Vou voltar atrás. Sou humano. Não tenho problema de corrigir o caminho”, disse Tarcísio, que passou a manhã tentando conhecer a região da Cracolândia, local que provavelmente só teve informações por noticiários ou eventualmente na campanha eleitoral, onde necessariamente teve que percorrer alguns pontos da cidade e do estado.

A ideia inicial do governador era levar os dependentes para dentro do complexo Prates, no Bom Retiro, onde já funcionam instalações como o Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (Caps), além de uma unidade da Assistência Médica Ambulatorial (AMA).

Só não ficou equacionado como eles seriam transferidos para o local, possivelmente mediante força policial. Seriam mais de mil pessoas, todas elas em situação de vulnerabilidade social. Seria uma operação complexa e fadada ao fracasso.

Rose Nogueira
A jornalista Rose Nogueira, tradicional defensora dos Direitos Humanos e ex-presidenta do Grupo Tortura Nunca Mais, não poupou críticas à Tarcísio de Freitas: “Forasteiro e fantoche do Inelegível, ele mostra que continua  perdido em São Paulo” diz ela. “Ele não sabe onde fica lugar nenhum aqui em São Paulo.  Muito menos o Bom Retiro, bairro histórico paulistano, responsável por grande parte da nossa história desde o final do século XIX, com o acolhimento dos escravos “libertados” e todas as colônias de imigrantes – italianos, espanhóis,  gregos, judeus de diversas partes do mundo, latino-americanos, coreanos, chineses  etc. Caiu de paraquedas esse Tarcísio. Perverso com o Bom Retiro e com o pessoal viciado em drogas que, na verdade, necessita tratamento de saúde e aulas de cidadania e direitos. Quando era candidato Tarcísio perguntou a um repórter onde era a Praça da Sé que ele não sabia onde era”,  criticou Rose.

Outro que ficou perdido com a ideia estúpida do governador bolso0narista foi o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, supostamente seu aliado e outro bolsonarista. Ele afirmou que não foi consultado pelo governador  sobre uma eventual transferência de usuários da Cracolândia para o Bom Retiro.

“Não foi falado comigo. A gente tem reuniões periódicas para tratar desse tema Cracolândia, entre equipes do estado e equipes da prefeitura”.

Simão Zygband é jornalista profissional desde 1979. Trabalhou em TVs, rádios e jornais de São Paulo, onde foi respectivamente pauteiro, repórter e redator. Foi funcionário das TVs Bandeirantes, SBT, Gazeta, Record e dos jornais Notícias Populares, Diário Popular, Diário do Grande ABC , Diário do Comércio, entre outros. Foi coordenador de Comunicação no Sindicato dos Jornalistas de São Paulo (onde editou o Jornal Unidade) e redator do jornal Plataforma do Sindicato dos Metroviários de São Paulo. Também fez assessoria de comunicação em campanhas eleitorais e mandatos parlamentares. Trabalhou na Comunicação de Secretaria Municipal de Transporte de São Paulo. Foi diretor da Rádio e TV Educativa do Paraná e Secretário Municipal de Comunicação da prefeitura de Jacareí, São Paulo.

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