Dos organizadores
Na próxima sexta-feira, 21 de março, Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial, a Frente Povo Negro Vivo, composta por mais de 100 organizações da sociedade civil, convoca a população para um ato público, às 18h, no Largo São Francisco, em frente à Faculdade de Direito da USP, em São Paulo.
O evento tem como objetivo denunciar a violência policial e de Estado que atinge, de forma desproporcional, corpos negros e periféricos no Brasil e exigir mudanças urgentes nas políticas de segurança pública.
O ato ocorre em um contexto alarmante: apenas no estado de São Paulo, 673 pessoas foram mortas pela Polícia Militar em 2024, a maioria negra.
Esses números refletem um padrão estrutural de violência racial e discriminatória, que tem se intensificado sob o governo de Tarcísio de Freitas e a gestão do secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite.
“Os números são chocantes: a cada 4 horas, uma pessoa negra é assassinada em estados como Bahia, Ceará, Piauí, Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo.
Entre 2017 e 2019, mais de 2.200 crianças e adolescentes negros e periféricos foram mortos pelas forças de segurança”, afirma Beatriz Lourenço, diretora do Instituto de Referência Negra Peregum, uma das organizações que integram a frente.
Antes do ato, no mesmo dia, às 15h, serão protocolados na Alesp, por parte dos movimentos negros, periféricos e de direitos humanos, os pedidos de impeachment do governador Tarcísio de Freitas e do secretário Guilherme Derrite.
Os deputados Paula Nunes (PSOL) e Eduardo Suplicy (PT), entre outros, estarão presentes para receber a comitiva dos movimentos para o protocolo.