A #cloroquina da vez

Por Adriana do Amaral

Ministro da Saúde anuncia a criação de uma Secretaria para a #Covid-19

Sai ministro entra ministro e saúde que é bom, nada! Mais uma vez, a falácia do “tratamento precoce” ameaça a vida dos brasileiros em meio à #pandemia da #Covid-19. O atual ministro da Saúde,  Marcelo Queiroga, disse que deve regulamentar, numa política pública, o uso de medicamentos comprovadamente ineficientes para o combate ao SARS-Cov-2.

Em entrevista coletiva, o ministro, que é cardiologista, disse que a nova conduta terapêutica contra a #Covid-19 será submetida à aprovação pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologia. Além disso, que o protocolo, que segundo ele é um “guia”, contempla um desejo do presidente do Brasil.

Visando especificamente o combate ao #coronavirus, o Brasil contará com uma Secretaria da Covid-19. O ministro anunciou, hoje (23), os nomes de um funcionário de carreira do ministério da Economia para comandar os trabalhos, Rodrigo Castro, e do ortopedista Sérgio Okane, responsável pela Secretaria de Atenção Especializada à Saúde (SAES).

Queiroga, que foi vaiado há um mês pelos estudantes de medicina da Universidade de São Paulo ao visitar o quadrilátero da Saúde, onde fica o Instituto de Ortopedia e Traumatologia, dirigido por Okane,  alegou que medicamentos que estão no centro da polêmica mundial, como cloroquina, ivermectina,  hidroxicloroquina e azitromicina “mostram alguns benefícios em pacientes no estágio inicial”  Ele versou sobre as evidências científicas e estudos observacionais, mas sugeriu que o que deve prevalecer  “é a opinião do médico”.

Presidente e ministro defendem a autonomia dos médicos na prescrição de medicamentos. Para eles, a experiência observacional dos profissionais  seria tão importante quanto as evidências científicas.

O quarto ministro da saúde em dois anos disse que “temos de olhar para para frente e buscar o que existe de comprovado”. Segundo ele, a nova secretaria cuidará da #Covid-19, pois os brasileiros enfrentam outras doenças. Ou seja, entendemos que o Ministério da Saúde tem mais o que fazer. Seria isso mesmo?

Lembramos que o governo brasileiro não investiu na compra de vacinas, preferindo ignorar a #pandemia, mas investiu na compra e propaganda de fármacos que não apresentam resultados comprovados. Enquanto o mundo defendeu a imunização, o Brasil apostou em alternativas de tratamento e cura que não existem.

Os estoques de alguns municípios estão repletos de medicamentos que não são consenso na comunidade médica internacional, muito pelo contrário têm uso controverso e polêmico. Prefeitos Brasil afora fazem política de distribuição gratuita de ivermectiva, hidroxicloroquina, cloroquina, azitromicina enquanto testemunham o aumento das mortes por #Covid-19.

Faltam vacinas, faltam leitos de Unidade de Terapia Intensiva, faltam equipamentos hospitalares, faltam caixões, faltam cemitérios, faltam recursos. Sobram ex-ministros da saúde, sobram corpos.

 

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