Por Simão Zygband

Todos que me conhecem sabem que eu desde sempre fui um Miltonmaníaco. Um poeta de grandeza planetária. O compositor que sempre me sensibilizou desde a minha juventude.
Preferi não coletar e publicar no Construir Resistência textos magníficos de outros que tecem elogios rasgados ao Bituca, que vi por aí em várias publicações no Facebook ou nos sites, como faço quando avalio a grandeza editorial que eles carregam. Em geral, aqueles que escolho me representam, como se fosse eu mesmo que os tivesse escrito.
Mas com o Milton Nascimento é diferente. É um dos nossos gênios contemporâneos, para mim um dos meus preferidos, por compor e cantar como se fosse um Deus. Um verdadeiro Mozart da Música Popular Brasileira.
Confesso que tive dificuldades de escrever sobre o meu ídolo. Alguém de quem sempre soube cantar de cor a maioria das músicas. Que maravilhou a minha juventude com composições magistrais. Mas os meus sentimentos são insignificantes perto da grandeza de Milton, uma pessoa que transborda genialidade, humildade, bondade, amor, generosidade. Faltam adjetivos para qualificá-lo.
Milton Nascimento devolveu ao Universo através de seu cantar, todo amor que recebeu. Circula pela internet um texto maravilhoso sobre a sua biografia, que talvez nos dê alguma dica de por que ele se tornou esta pessoa tão maravilhosa:
A lista de astros internacionais que se declaram fãs de Milton Nascimento é imensa. A islandesa Björk gravou “Travessia” em português. Maurice White, líder do Earth, Wind & Fire, declarou que a banda teve a influência dele em sua sonoridade. A estrela argentina Mercedes Sosa é um capítulo à parte na trajetória de Bituca. Os dois dividiram amizade fervorosa e gravações antológicas, como “Volver a los 17” (no disco “Geraes”, 1976). Já Paul Simon cantou “O vendedor de sonhos” com Milton em “Yauaretê” (1987).
A lista inclui a banda inglesa Duran Duran, os irmãos franceses Lionel e Stéphane Belmondo, o argentino Fito Páez, entre outros.
Milton Nascimento, aliás, tem inclusive um prêmio Grammy na prateleira: o disco “Nascimento” com que foi laureado como o melhor álbum de world music de 1998.
Bituca, alias, conta com um grande admirador. Nada menos que Herbie Hancock, uma lenda do jazz, que faz o seguinte elogio a ele:
“A música de Milton transcende as fronteiras geográficas e atinge todas as faixas etárias. É música universal. É por isso que melodias, letras, harmonias, arranjos e a voz de Milton tocam o coração das pessoas no mundo todo. A música dele é amada em todos os lugares, pelo público comum e pelos músicos. Poucos artistas conseguiram atingir todas essas áreas. Não há ninguém como Milton Nascimento“.
Milton gravou com Hancock e nada menos do que com Wayne Shorter, outro monstro do jazz. Conta o Herbie: “Uma de minhas memórias mais afetuosas foi trabalhar com Milton e Wayne Shorter no disco “Native dancer”. Outro álbum (“Angelus”, de 1993) tinha não apenas Wayne Shorter no saxofone, mas também Pat Metheny na guitarra e outras estrelas do mundo do jazz. Nesse álbum, Milton encorajou nossas explorações em áreas muito avançadas de descoberta musical”.
Quem sou eu para elogiar Milton Nascimento?
O texto do Herbie Hancock sobre o Milton Nascimento publicado no Construir Resistência no link abaixo:
Abaixo, a íntegra do show no Mineirinho