Por Direção do MST
Na madrugada deste sábado, o Centro de Formação Paulo Freire, localizado no assentamento Normandia, em Caruaru, foi atacado por um grupo de bolsonaristas. Inicialmente foram vistos quatro pessoas, com camisas amarelas, aproveitaram uma festa de vaquejada, com som extremante alto, que estava ocorrendo no Parque de Vaquejada Milane, que se localiza na frente de nosso Assentamento.
Às três horas da manhã, os bolsonaristas invadiram o espaço do centro e picharam vários espaços coletivos com o símbolo da suástica nazista e o nome MITO. Além disso, os bolsonaristas arrombaram e incendiaram a casa de moradia da coordenadora do centro. Com o fogo, a militância que mantém o Centro, foram alertados e conseguiram ainda apagar o incendio. A casa entretanto foi parcialmente queimada, principalmente as camas, telhados e os pertences.
Não é a primeira vez que o Centro de Formação Paulo Freire é atacado, em 2019, no primeiro ano do Governo de Bolsonaro, moveram uma ação de despejo contra nosso espaço que felizmente foi barrado por uma extensa rede de solidariedade vinda do Brasil e de outros lugares do mundo. Desde então o processo ficou parado, aguardando procedimento do INCRA que, em função da pandemia, ainda não foram realizadas. Esperamos resolver de forma definitivamente, tão logo o novo governo federal tome posse.
Lamentamos muito, ter que fazer este informe, já que saímos de uma jornada eleitoral polarizada e acirrada. O Brasil e o povo brasileiro clamava por atitudes e empenho para resgatar a, democracia, os preceitos constitucionais do estado democrático de direito e uma postura enérgica contra a fome, contra a violência, contra o ódio e contra todo o tipo de preconceito. Os bolsonaristas foram derrotados nas eleições, mas uma minoria, movida pela intolerância, preconceito e ódio de classe, de raça e gênero, não aceitaram os resultados da democracia e estão querendo nos impor um terceiro turno.
Felizmente desta vez, ninguém se feriu, os danos materiais a gente resolve, mas fica mais uma vez a lição, de que não podemos “baixar a guarda”. Temos que manter a alerta para proteger nossas estruturas e garantir a posse de Lula no primeiro de janeiro. Até lá, alerta máxima. Cuidar e proteger nossas estruturas e nossas lideranças, contra a ira do ódio e do preconceito e da intolerância, dos grupos fascistas.
Contra todo o tipo de ódio e intolerância, venceremos!
Abraços