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Tarcísio Massacre

Tarcísio não “tá nem aí” com a matança na Baixada por ter feito escola de chacina no Haiti

Por Simão Zygband
Tarcísio Massacre
Tarcísio como oficial no Haiti, sob o comando do general golpista, Augusto Heleno
“Sinceramente, nós temos muita tranquilidade com o que está sendo feito. E aí o pessoal pode ir na ONU, pode ir na Liga da Justiça, no raio que o parta, que eu não tô nem aí”. Esta foi a resposta do governador bolsonarista de São Paulo, Tarcísio de Freitas, ao ser informado que ele fora denunciado pelas execuções na Baixada Santista no Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra (Suíça).pela ONG Conectas e a Comissão Arns.

A PM paulista, nas operações Escudo e Verão III, comandadas por Tarcísio de Freitas e o secretário de Segurança Pública de São Paulo, o capitão da rondas Ostensivas Tobias Aguiar (Rota), Guilherme Derrite, já contabilizava 55 mortes em pouco mais de 2 meses, muitas delas com suspeita de execução.

Tarcísio E Derrite
Derrite e Tarcísio na manifestação da pró-Bozo na avenida Paulista

“O governador Tarcísio de Freitas promove atualmente uma das operações mais letais da história do estado: a Operação Escudo”, afirmou Camila Asano, da Conectas, na denúncia. Mas as acusações não se limitam aos homicídios praticados pela polícia. O Grupo de Atuação Especial da Segurança Pública e Controle Externo da Atividade Policial (Gaesp), do Ministério Público de São Paulo, abriu investigação para apurar denúncias de que corpos foram levados para hospitais como se estivessem vivos, alterando o local das execuções por policiais que se recusam a utilizar câmeras nos uniformes.

É claro que o governador, fã do extremista Jair Bolsonaro, de quem foi ministro e a quem deve a eleição no estado de São Paulo, não se importa com matanças, já que certamente presenciou (se é que não participou diretamente)  de um sangrento episódio no Haiti, envolvendo o Exército Brasileiro, tendo como comandante o general golpista, Augusto Heleno. Tarcísio de Freitas era um dos seus subordinados e estava entre os oficiais, em um dos postos de comando.

Na madrugada de 6 de julho de 2005, as tropas de Estabilização da ONU no Haiti (Minustah), comandadas pelos brasileiros, realizaram um massacre na maior favela da capital haitiana, Porto Príncipe, a Cité Soleil, quando morreram 63 pessoas e outras 30 ficaram feridas.

A ação foi objeto de denúncia na Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), baseada em depoimentos de moradores e em relatório elaborado pelo Centro de Justiça Global e da Universidade Harvard (EUA).

No documento, a Minustah foi acusada de permitir a ocorrência de abusos, favorecer a impunidade e contribuir para a onda de violência no país caribenho.

Desdém

Tarcísio deve estar querendo agora no governo de São Paulo, com tamanha letalidade da PM na Baixada Santista sob o seu comando, que o número de mortes ultrapasse os que eles obtiveram no Haiti.

O governador de São Paulo desdenha achando que a ação na ONU não vai dar em nada. Ele desafia, sorri e dá de ombros aos direitos humanos. Tal qual seu “mito”, acha linda a execução de pobres, sobretudo se for por doenças como a Covid ou ou na mira de uma arma da polícia.

Ele pretende competir em mortandade com seu ex-chefe, o general golpista Augusto Heleno, que deixou 63 famílias enlutadas em Porto Príncipe. O governador ainda está em 55, conforme a última contagem.

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Simão Zygband é jornalista, editor do site Construir Resistência, com passagens por jornais, TVs e assessorias de imprensa públicas e privadas. Fez campanha eleitorais televisivas, impressas e virtuais, a maioria vitoriosas.

 

 

 

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