Por Júlio Benchimol Pinto
O ministro “terrivelmente evangélico” de Bolsonaro resolveu exercer seu dom profético: previu que Denarium seria cassado – e, em nome da providência, suspendeu o julgamento.
Milagre? Não.
Conflito de interesses com unção divina.
Meses antes, o governo do mesmo Denarium havia pagado R$ 273 mil, sem licitação, a um instituto fundado pelo próprio ministro, para palestras sobre… licitações.
É como ser pago para ensinar castidade e engravidar a aluna no intervalo.
A questão não é de fé – é de decência institucional.
Juiz não é pastor, é árbitro.
E árbitro que recebe cheque do jurisdicionado não é imparcial: é cúmplice.
O Estado de Direito não sobrevive a ministros que confundem toga com túnica.
Roraima virou vitrine de como a moral de púlpito se adapta bem à lama do poder.
Quando o “terrivelmente evangélico” pede vista, o que ele oferece é vista grossa.
E cada dia de atraso na decisão é um sermão sobre o que acontece quando a fé serve ao réu – e não à justiça.
Justiça cega, sim. Mas nunca ajoelhada.
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