Não é liberdade de expressão, mas perversidade!

Por Luis Otavio Barreto

É de chocar que num país que acusa um crescente movimento neonazista, alguém com voz e espaço, defenda esta ideia diante do horror que ela representa. Kim Kataguiri e Monark deveriam estar, neste momento, presos. Tabata Amaral, sendo Tabata Amaral, rebateu muito levemente, o que me espanta! Eu, e juro a vocês, teria levantado aos berros! Tomaria todas as ações cabíveis para responsabilizar Kataguiri e Monark.

Durante muitos anos uma semente maligna foi cultivada, de modo que seus frutos estão aí e estou falando do Pânico na TV, que institucionalizou o que de pior pode haver no comportamento humano. E não duvide! Sujeitos como o tal Monark são frutos de uma coisa odiosa que institucionalizou um comportamento de desrespeito, de aviltamento, de misoginia e de preconceitos: Pânico na TV.

Deram voz, palco, luz e câmera, a homens preconceituosos, cruéis e sem o menor senso de respeito ao outro! Uma gente que se vale da liberdade de expressão, do politicamente incorreto, das prerrogativas do humor, sem mesmo conhecer o que é humor e seus limites. De modo que ofendem, machucam, tocam em pontos que não são acessíveis ao humor, e o fazem pelo prazer de constranger o outro, tornando-o motivo de chacota para uma gente antipática e sem a menor noção do que é a empatia ou o lugar do outro.

E a escola é antiga! Há tempos Renato Aragão, com Os Trapalhões já faziam isso. É bem verdade que de maneira muito mais sutil, mas faziam! E tenho horror a Renato Aragão! Horror! Em casa nunca gostamos! Não assistíamos! Ou por outra, sempre detestamos!

Não existe liberdade de expressão ou humor, quando estas coisas ferem a dignidade de outra pessoa!

Luis Otavio Barreto é músico pianista e professor de lingua portuguesa.

 

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