Por Simão Zygband
Só em um país acostumado e inebriado com malfeitos, com a podridão que foram os 21 longos anos de ditadura militar e os 6 anos do asqueroso período do golpista Michel Temer e do não menos fétidas 4 longínquas noites do miliciano Jair Bolsonaro pode permitir que um ex-presidente, investigado por evidências de que tramou e articulou um golpe de Estado, que está inelegível, impedido de deixar o Brasil senão como fugitivo pois teve seu passaporte confiscado, tenha a pachorra de convocar por vídeo uma manifestação de radicais e intolerantes de extrema direita como ele.
O Brasil é o país da tolerância. Se fosse em uma nação de verdade, com N maiúsculo, que não desperdiça suas energias com sambas e carnavais, que não assiste ao deboche doidivanos clamando pela chegada do Apocalipse, não permitiria que um capitão da reserva, um rato que ruge, um elemento que chegou ao poder graças à inconsequência de um povo bestificado, possa gozar em liberdade e convocar uma manifestação em apoio próprio, se valendo de um tom de deboche e pilhéria.
Por todos os seus antecedentes, por toda a sua ficha corrida, Bolsonaro já deveria estar atrás das grades. Há mais de um ano foi injetado da cadeira presidencial. Se o Brasil fosse um país sério, ele não estaria por aí, livre, leve e solto, desafiando a Justiça e o governo brasileiro. Não bastasse ter assacado contra a Democracia, foi diretamente responsável pela morte de 700 mil brasileiros, vítimas das mazelas de seu desgoverno na gestão da saúde pública, se recusando a adquirir vacinas e impingindo medicamentos inúteis pagos com milhões do dinheiro público. Com menos de 3% da população mundial, o país contabilizou mais 10% do total de mortes.
Bem. Quem acompanha a política sabe que Bolsonaro tem todos os motivos para já estar preso: Atentou contra a Democracia, desdenhou da pandemia de Covid-19, surrupiou bens da União, trocando uma refinaria por joias na Arábia Saudita, possuía 40 quilos de cocaína em avião presidencial, defendeu as milícias criminosas do Rio de Janeiro (condecorando seus líderes), manteve e acentuou a mamata para militares e seus familiares dentro do planejamento do golpe de Estado. Enfim, um festival de horrores que jamais deve ser esquecido.
Como pode este elemento conclamar seu rebanho para uma manifestação pública depois de toda esta tormenta? Como tolerar tamanha provocação? O brasileiro tem sangue de barata?
Passou da hora de engaiolar os golpistas. Se não extirpar o mal pela raiz, ele voltará revigorado.
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Simão Zygband é jornalista, editor do site Construir Resistência, com passagens por jornais, TVs e assessorias de imprensa públicas e privadas. Fez campanha eleitorais televisivas, impressas e virtuais, a maioria vitoriosas.