Bolsonaro detestava o papa Francisco

Da Redação 

Bolsonaro e seu entorno detestavam o Papa Francisco, a quem xingavam de comunista.

Nas redes sociais, os mais radicais pediam até mesmo a morte do Sumo Pontífice.

Bolsonaro deixou claro seu asco ao Papa ao rejeitar se encontrar com ele nos quatro anos em que esteve à frente da destruição do Brasil.

Grande, Francisco denunciava atmosfera de ódio no país e, aos seus detratores, que também odeiam os pobres, mandava que lessem Mateus 25: quem ataca aos pequeninos ataca a Deus. A estes, está reservado o tormento eterno, enquanto, aos justos, está garantida a vida eterna.

Humberto Costa – presidente interino do PT

Inominável

Bolsonaro odeia qualquer humanista, qualquer um que tenha pensamentos de igualdade social. Bolsonaro, um ser hipócrita que vive correndo em círculo atrás do seu ressentimento, incapaz de ter um pensamento onde humanidade esteja presente. Seria vergonhoso um encontro entre um homem como Jorge Mário Bergoglio e um inominável!

Ricardo Vianna Moraes – Porto Alegre (RS)

 

O Papa morreu. E ressuscitaram… os hipócritas.

Em vida, Francisco foi chamado de “comunista” pelo bolsonarismo. Foi atacado por defender os pobres, os migrantes, a Amazônia e a ciência. Bolsonaro recusou-se por quatro anos a sequer encontrá-lo, enquanto sua base orava publicamente por sua morte – e o xingava em cultos, podcasts e grupos de WhatsApp.

Mas bastou o Papa falecer e lá veio Bolsonaro, direto da UTI, recitando um obituário genérico sobre “tradições milenares” e “valores espirituais”, sem mencionar Francisco uma única vez.

Coincidência? Não. Covardia simbólica. E oportunismo clássico de quem sempre odiou tudo o que o Papa representava.

Do outro lado do hemisfério, Donald Trump – que também ignorou solenemente os apelos do pontífice por paz, compaixão e clima – agora aparece choramingando no Truth Social: “May God bless him and all who loved him.”

Pois é. Para quem chamou o Papa de “very political” e “disgraceful” por criticar muros e xenofobia, a súbita piedade soa tão crível quanto lágrima de crocodilo.

Não se enganem: o luto virou palanque. E a espiritualidade virou cenário para marketing necropolítico. Francisco, que combateu o culto à riqueza e à brutalidade, agora é homenageado por quem idolatra banqueiros e milicianos.

Aos que realmente amam a memória do Papa, resta manter viva sua mensagem: “os que atacam os pequeninos atacam a Deus.” Aos outros, resta o silêncio – ou o inferno das próprias contradições.

Julio Benchimol Pinto – Porto Alegre (RS)

Bolsonaro teve relação distante de Francisco

Jair Bolsonaro e o papa Francisco tiveram divergências em temas sociais e ambientais. Durante seu mandato, Bolsonaro não se encontrou com o pontífice, mas suas declarações e políticas frequentemente contrastaram com as mensagens públicas do líder da Igreja Católica.

Bolsonaro respondeu a um tweet de Francisco sobre a Amazônia. Bolsonaro afirmou que a Amazônia pertence ao Brasil e disse que o papa não tem conhecimento sobre a realidade da região. Em sua publicação, Francisco pediu a união do mundo em torno da preservação da Amazônia e os direitos das pessoas que vivem na região.

Em 2021, o ex-presidente foi à Roma para participar da cúpula do G20, mas não se reuniu com o papa Francisco – que recebeu a visita de outros chefes de Estado como o então presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.

Em 2022, Francisco enviou uma carta a Bolsonaro prestando condolências pela morte da mãe do então presidente, Olinda Bonturi Bolsonaro. Francisco disse que Olinda teve um “belo testemunho cristão, tanto no desempenho da sua missão familiar como na solícita colaboração prestada à vida eclesial”.

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro não chegou a se reunir de forma reservada com Francisco, mas participou de um encontro com o pontífice em 2019, em Roma, durante uma reunião com um grupo de primeiras-damas latino-americanas.

 

 

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