Construir Resistência
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Durante a operação  realizada na tarde de ontem na Vila Cruzeiro, comunidade na região norte do Rio de Janeiro, entidades de Direitos Humanos publicaram nota conjunta exigindo o imediato cessar fogo e o fim da da sangrenta ação policial, que culminou com a morte de 24 pessoas, número que ainda pode não ser o definitivo, pois ainda há feridos graves.
Segundo a polícia, ao menos 13 eram suspeitos de integrar o tráfico de drogas. Uma das mortas identificadas era uma moradora da comunidade, vítima de bala perdida. A Polícia Civil informou nesta quarta-feira que peritos ainda trabalham na identificação dos corpos.
O que se sabe, de antemão, é que a grande maioria das vítimas é negra. O documento, assinado por 22 entidades de Direitos Humanos, critica a maneira criminosa como ocorreu a operação policial: “Chacina não é absoluta excepcionalidade. Chacina não é compatível com o Estado Democrático de Direito. É preciso parar o extermínio da população negra”, realça o texto.
A polícia do sanguinário governador Cláudio Castro, bolsonarista do mesmo partido do genocida federal (PL), em apenas um ano de gestão, conseguiu a proeza de ser responsável por 180 mortes em 39 chacinas, segundo levantamento feito em conjunto pelo Instituto Fogo Cruzado e o Geni (Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos), grupo de estudos sobre a violência da UFF (Universidade Federal Fluminense). As pesquisas na área de segurança pública consideram como chacina todas as ações com ao menos três mortes.
Como sempre ocorre, a polícia, dominada pela mentalidade nazifascista de Bolsonaro e Castro, procura responsabilizar as vítimas. Ela tenta provar que a maioria delas eram criminosos ligados ao tráfico de drogas, o que então justificaria as execuções.
É como se as polícias bolsonaristas tivessem implantado no país a pena de morte, realizando justiça com as próprias mãos. Mesmo que fossem, de fato, pertencentes ao tráfico de drogas ou criminosos de outros artigos do código penal, é inconcebível em uma democracia a realização de chacinas. Até por que dificilmente todas as vítimas tenham cometido algum tipo de delito. E mesmo que tivessem, precisam ser presos e julgados na forma da lei.
Os bolsonaristas querem criar novamente uma situação de caos, pois o apelo a medidas de força contra a população é um balaio de votos para as candidaturas de direita, que acreditam que pretos e pobres devem ser chacinados, por que são sempre suspeitos de antemão.
É a maneira estúpida de tentar controlar a criminalidade através de uma política de medo, que jamais funcionou em qualquer país do mundo.
Todos sabem que uma das principais formas de combater a violência é melhorar as condições de vida da população mais pobre, impedindo que o tráfico de drogas se torne algo atrativo e talvez a única alternativa de renda para milhões de jovens abandonados pela falta de equipamentos públicos que lhes forneçam boas escolas, educação e cultura de qualidade e um mercado de trabalho onde possam exercer de fato suas potencialidades e não apenas se tornarem criminosos.
O Brasil não precisa deste modelo que nos quatro anos de desgoverno Bolsonaro já provou que não deu certo. Manter o cidadão na pobreza e na miséria não produz bons frutos e se torna a porta de entrada de vergonhosas chacinas contra a população indefesa e desasistida, que eventualmente envereda para o crime.
Fora Jair Bolsonaro e Cláudio Castro!
Abaixo o fascismo!
Basta de extermínio!

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