A CPI da Covid já entrou pra história

Por Roberto Sander

A CPI da Covid já entrou pra história: está revelando uma teia de personagens que talvez nem um Dias Gomes, no auge da sua capacidade criativa, seria capaz de inventar. Personagens sinistros que estão incrustado no núcleo do Ministério da Saúde. E tudo em meio a uma pandemia que já matou mais de meio milhão de brasileiros.

São trambiqueiros de toda espécie que se misturam a militares, lobistas, representantes de empresas obscuras e até um cabo da PM; todos envolvidos no mais pérfido caso de corrupção que se tem notícia em todo mundo.

Na disputa pelo naco maior do dinheiro, o Ministério da Saúde se transformou num campo de batalha onde, de um lado, estão servidores corruptos, colocados ali para roubar desde o governo Temer, quando o ministro da saúde era Ricardo Barros, o atual líder do governo na Câmara dos Deputados, e, de outro, os militares que, a mando de Bolsonaro, o general Pazzuelo nomeou para a pasta.

São dois grupos que se confrontaram nos últimos meses para ver quem ficava com a maior parte do bolo. Foram pegos com a boca na botija e agora vemos esse “salve-se quem puder”.

Enquanto isso, as nossas ‘gloriosas’ Forças Armadas dão fricote porque o senador Omar Aziz falou o óbvio, o que todo mundo sabe. Que militares se chafurdaram no poder, provando que o lugar deles é no quartel e olhe lá. Nessa novela surreal, quem sofre é o povo brasileiro a quem foi negada a vacina que, para o governo, não passava de moeda de troca.

Era pior que negacionismo. Era negócio mesmo. Negócio escuso comprovado pelo desinteresse em vacinas de laboratórios conhecidos e pela corrida desenfreada atrás de imunizantes de procedência duvidosa. No caso da AstraZeneca de vacinas que sequer existiam!

O roteiro perfeito de uma tragédia anunciada a partir do momento que colocaram na presidência o político mais desonesto, picareta e canalha que o Brasil já conheceu. Que todos um dia paguem pelo mal que fizeram. Mas isso vai depender de cada um de nós que temos um mínimo de senso de justiça.

 

Roberto Sander é jornalista, editor e escritor.

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