Por Moisés Mendes
O deputado federal Coronel Zucco, candidato do PL e de toda a extrema direita de verdade ao governo gaúcho em 2026, desconfia que poderia ter alguma coisa estranha na caneta da oficial de Justiça que intimou Bolsonaro na UTI.
Leiam o que o coronel falou em entrevista ao Jornal da Band, depois de dizer aos jornalistas em Brasília que o quadro de saúde de Bolsonaro piorou após a intimação:
“Mandar um oficial de Justiça, não sei qual era a qualidade das máscaras, não sei o que tinha naquela caneta, material que não está esterilizado… São possibilidades que acabam prejudicando. É uma demonstração que essa perseguição não tem limites, não tem tamanho, não tem respeito, não tem humanidade”.
Eu já recebi quatro intimações por ações de um ativista da extrema direita contra mim. Duas intimações foram presenciais, entregues também por uma oficial de Justiça e por um carteiro. Me lembro de ambos. Simpáticos, fazendo o trabalho que precisa ser feito.
Mas, nas duas vezes, olhei para as canetas deles e, como conheço canetas, decidi não arriscar. Fui dentro de casa, busquei uma caneta de total confiança e assinei o recebimento das intimações.
É o que Bolsonaro deveria ter feito. Assinado com alguma caneta que possa ter ganho de presente de Malafaia ou do Mauro Cid. Aquela caneta que usaria para assinar a minuta do golpe e que acabou não usando porque decidiu fugir para os Estados Unidos.
Não dá para vacilar. Canetas são, desde a Segunda Guerra, instrumentos perigosos a serviço de envenenadores. Eu não confio nem em clips alheios.
Grandes líderes já nos alertaram de que um clips daqueles médios ou uma vacina podem ter chips infectados. Canetas e clips são armas destruidoras.
(Espero que os robôs do Facebook saibam o que é ironia)

Moisés Mendes é jornalista em Porto Alegre. Foi colunista e editor especial de Zero Hora. Escreve também para os jornais Extra Classe, Jornalistas pela Democracia e Brasil 247. É autor do livro de crônicas ‘Todos querem ser Mujica’ (Editora Diadorim)










