Nota de repúdio a invasão do campus EFLCH DA UNIFESP e a agressão de estudantes promovidos pelo vereador Kleber Ribeiro
No fim da tarde da última segunda-feira (15), por volta das 18h, o vereador de extrema-direita Kleber Ribeiro (PL) protagonizou mais um lamentável episódio de violência política ao invadir as dependências da Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (EFLCH) da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), em Guarulhos.
Acompanhado por assessores e seguranças, o parlamentar agrediu física e verbalmente diversos estudantes de forma covarde e premeditada.

A ação, marcada por truculência e oportunismo, não é a primeira. Kleber Ribeiro já tornou a Unifesp Guarulhos um de seus alvos preferenciais para alimentar sua base eleitoral com conteúdo sensacionalista e desinformativo.
Desde 2023, o vereador utiliza invasões ilegais ao campus para produzir vídeos com acusações infundadas, explorando a retórica anticientífica e o ataque sistemático às instituições públicas de ensino como estratégia política.
Em 2024, quando era pré-candidato, ele invadiu um evento acadêmico sobre a Palestina portando uma bandeira de Israel e agrediu estudantes em plena atividade universitária.
A violência não cessou no campus: o vereador perseguiu alguns dos estudantes posteriormente, chegando a importuná-los em seus locais de trabalho, demonstrando um padrão de intimidação inaceitável e autoritário.
Desta vez, o ataque foi ainda mais grave e covarde. Conscientes de seu histórico de mentiras, agressões e uso indevido da imagem da universidade e dos alunos, estudantes tentaram impedir a entrada do vereador de extrema-direita, acompanhados da Bateria Malaguetta como forma de evitar conteúdos sensacionalistas e mentirosos através da batucada.
A resposta foi brutal: Kleber acionou seus seguranças, que responderam violentamente à tentativa dos estudantes de colocar a extrema-direita para fora.
Um aluno recebeu mais de um soco e outro foi ferido no rosto com uma baqueta roubada por esses criminosos.
Além desses dois casos mais graves, muitos estudantes foram empurrados e chutados, sendo que os seguranças partiram para cima de várias alunas.
Três alunos sangrando foram levados às pressas para o hospital, acompanhados pela vice-diretora acadêmica do campus.
O que chamou atenção foi a desproporção da força, com estudantes sendo espancados por 5 seguranças profissionais de grande porte físico, contratados por Kleber Ribeiro para serem seus cães de guarda violentos.
Perguntamos: até quando um vereador eleito em Guarulhos, sustentado pelo dinheiro público, continuará praticando essas ações criminosas sem sofrer as devidas consequências?
Essa caso não é isolado e se insere em uma escalada de ataques contra universidades públicas, especialmente nas áreas de ciências humanas, promovidos por políticos e influencers da extrema direita que buscam, além de visibilidade e engajamento para se elegerem, aniquilar a produção crítica e o pensamento político antissistêmico
O vereador Lucas Pavanato (PL-SP), por exemplo, invadiu o campus da FFLCH-USP em junho de 2025 durante um evento do Centro de Estudos Palestinos, acompanhado de ex-vereadores, seguranças e câmeras.
Portando bandeiras de Israel, buscou deliberadamente provocar estudantes, gerar tumulto e capturar imagens para redes sociais – assim como Kleber. Foi retirado pela Guarda Universitária após forte reação da comunidade acadêmica.
Na Universidade de Brasília (UnB), o youtuber de extrema-direita Wilker Leão levou esse modelo ao limite.
Ele se matriculou no curso de História apenas para filmar professores e colegas sem consentimento, distorcendo os conteúdos em vídeos editados com deboche e ataques ideológicos.
Os vídeos viralizaram entre seus seguidores, resultando em campanhas de assédio contra professores e estudantes. Ele foi suspenso duas vezes e, em setembro de 2025, foi oficialmente expulso da universidade após processo disciplinar.
A UnB concluiu que suas ações prejudicaram o ambiente acadêmico e violaram direitos fundamentais da comunidade universitária.
É claro que o objetivo deles é minar a resistência e a autonomia dos ambientes acadêmicos, gerando um clima de medo e censura, que compromete a produção científica pautada em um debate qualificado.
Essas ações visam calar estudantes e docentes comprometidos com a transformação social, convertendo as instituições públicas em redutos controlados por um discurso sistêmico de ódio e repressão, negando qualquer espaço para a luta legítima pela justiça social.
Diante dessa escalada de ataques, fica a pergunta: até quando a Unifesp e parte da comunidade acadêmica vão se manter passivas, deixando seus estudantes desamparados?
Até quando vamos aceitar que jovens que entram na universidade com sonhos saiam dela feridos, intimidados e constrangidos por grupos de extrema-direita que querem destruir tudo o que a universidade representa?
A omissão diante dessas agressões não é neutralidade, é cumplicidade. Exigimos uma resposta firme, combativa e intransigente da Reitoria da Unifesp e de toda a comunidade acadêmica para enfrentar esse ataque sistemático contra nosso espaço de ensino e resistência.
Reafirmamos: não nos calaremos! Só a luta muda a vida!
ASSINAM ESTA NOTA:
- Centro Acadêmico Márcia D’Alessio – CAHIS
- Centro Acadêmico de Filosofia – CAFIL
- Centro Acadêmico de Letras Carolina Maria de Jesus – CAEL
- Centro Acadêmico de Pedagogia – CAPED
- Centro Acadêmico de História da Arte – CAHART
- Diretório Central dos Estudantes – DCE
- Associação Atlética Acadêmica Unifesp Guarulhos – A.A.A.U.G
- Bateria Malaguetta
- NNUG
- Coletivo Xica Manicongo
- Juventude Fogo no Pavio
- M.E.L
- CONDU
- Correnteza
- Mov. Olga Benário
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Uma resposta
A reitoria se não tomar providências também é cúmplice dessa truculência, quanto as autoridades cabe punir esse calhorda, quanto aos estudantes , pau pau, pedra pedra…E o olho por olho garotada. # FacistasNaoPassaram