Tarcísio toca o terror em São Paulo e pode superar o caos do seu mentor político

Por Simão Zygband

Arte: Márcio Baraldi

Aproveitei a grande sacada que teve o meu amigo cartunista Márcio Baraldi para descrever o completo absurdo implantado em São Paulo desde que o  bolsonarista Tarcísio de Freitas se tornou governador. Às vezes nos dá a impressão de que o mundo está de ponta-cabeça e que as melancias logo começarão a nascer em árvores e as bananas devorarão os macacos.

Tarcísio aproveita que o seu padrinho, o genocida Jair Bolsonaro, está inelegível por oito anos e decidiu tocar o terror em solo bandeirante, possivelmente trazendo para os paulistas toda a técnica que aprendeu com as milícias em seu estado natal, o Rio de Janeiro, onde a PM mata mais de dez inocentes toda vez que vai dar um “rolezinho” nas favelas. Também foi técnica que aprendeu no Haiti, quando fez parte das tropas de ocupação naquele país, onde os brasileiros não deixaram nenhuma saudade, tal a atrocidade dos atos bárbaros cometidos contra a população civil, com denúncias de massacres, genocídio, estupros e barbáries desmedidas.

Jota Camelo

O governador estrangeiro quer marcar presença de forma nefasta em solo paulista (e por tabela nos noticiários), literalmente tocando o terror no estado. Em pouco mais de seis meses de “governo” já se contabilizam chacinas (só no Guarujá foram 16 mortos), se recusou a aceitar a doação do governo Lula de 10 milhões de livros didáticos para 1,5 milhão de estudantes das escolas públicas, determinou a fiscalização rigorosa dos professores em sala de aulas, elevou as tarifas dos pedágios estaduais (o mais barato custa R$ 5) e quer vender a qualquer custo as empresas públicas como a Sabesp, privatizando e encarecendo o fornecimento de água e coleta de esgoto para os moradores de São Paulo.

Ykenga

Não se pode negar que Tarcísio de Freitas, que mal sabia o colégio eleitoral onde iria votar, realiza uma administração marcante, talvez mais repugnante que o seu mentor, Jair Bolsonaro, com quem certamente aprendeu a técnica de se tornar visível com o quanto pior, melhor. E olha que seu padrinho é praticamente imbatível em gestão caótica.

Mas o governador estrangeiro se encaminha para ultrapassá-lo em ações calamitosas, na implantação do caos. Aprendeu com seu padrinho que o ignorante, seja ele rico, de classe média ou baixa, aplaude estupidamente quando se empilham corpos dos pretos e pobres. Acreditam eles, na sua mente pequena e doente, que assim se está combatendo a criminalidade.

Bira Dantas

Aproveito para atualizar as informações, trazendo notícias frescas do front em várias áreas:

  • Chacina no Guarujá – Já são 16 mortos na chamada operação Escudo, mas a Ouvidoria de Polícia e o Ministério Público suspeitam que este número ainda possa ser ainda maior. Para dificultar as investigações, a PM sonega as imagens das ação dos policiais contidas nas câmeras corporais que levam no uniforme, Apesar da obrigatoriedade do seu uso, não apareceram as imagens das primeiras mortes ocorridas no último fim de semana. Tarcísio tinha se comprometido a fornecer as imagens de câmeras e que elas seriam usadas nas investigações.
  • Monitoramento de professores – A Secretaria de Educação do Estado de São Paulo divulgou portaria que estabelece “apoio presencial, em sala de aula”, por parte da gestão escolar. A medida determina que, pelo menos duas vezes por semana, as aulas terão que ser monitoradas, inclusive com a produção de relatórios. Bimestralmente, os documentos produzidos precisarão ser apresentados à Diretoria de Ensino. De acordo com a portaria, “a rotina de observação de aulas deve cobrir o maior número de professores possível ao longo do bimestre letivo”.
  • Fim dos livros didáticos – A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo decidiu abrir mão do material didático do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) e utilizar a partir de 2024 apenas material didático digital. Trata-se de uma aversão pelos livros. Tarcísio abre mão de uma verba federal de cerca de R$ 120 milhões, prejudicando 1,4 milhão de estudantes que não poderão mais manusear livros com diversidade pedagógica, ficando limitados ao meio digital (ao qual nem todos têm fácil acesso) e uma única linha pedagógica. O atual secretário de Educação, Renato Feder, é investigado pelo Ministério Público por acionista da empresa de tecnologia digital que fornece equipamentos ao governo do Estado, em notório conflito de interesses.

Simão Zygband é jornalista profissional desde 1979. Trabalhou em TVs, rádios e jornais de São Paulo, onde foi respectivamente pauteiro, repórter e redator. Foi funcionário das TVs Bandeirantes, SBT, Gazeta, Record e dos jornais Notícias Populares, Diário Popular, Diário do Grande ABC , Diário do Comércio, entre outros. Foi coordenador de Comunicação no Sindicato dos Jornalistas de São Paulo (onde editou o Jornal Unidade) e redator do jornal Plataforma do Sindicato dos Metroviários de São Paulo. Também fez assessoria de comunicação em campanhas eleitorais e mandatos parlamentares. Trabalhou na Comunicação de Secretaria Municipal de Transporte de São Paulo. Foi diretor da Rádio e TV Educativa do Paraná e Secretário Municipal de Comunicação da prefeitura de Jacareí, São Paulo.

Arte do Sergio Papi

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