Por Pio Redondo
Hoje, pela enésima vez, fui planfletar. Gosto muito, de sentir o pulso, o olhar, a receptividade, ou não.
Dessa vez, foi mais produtivo que a da última eleição, no mesmo lugar, o terminal da Lapa.
Havia mais militantes, mais educação na abordagem, e muitos indecisos.
Os que torceram o nariz é um sinal inconfundível que vem desde Darwin.
Os jovens indiferentes são os que acham que a política é um lixo e nada tem a ver com a vida deles.
Mas os que, educadamente, rejeitaram o “aceita?”, a cara de Boulos e Marta no panfleto, foram exatamente os que mais me animaram.
Porque não são os trogloditas do 8 de janeiro e, a partir de uma abordagem respeitosa, não nos veem como ‘comedores de criancinhas’ – que é o que ouvem desde sempre, e bem agora, pra aumentar o preconceito e a rejeição ao candidato.
O “não, obrigado” depois de um dia de trem, de busão, de fábrica, do salário ínfimo de mais um dia sem solução à vista, é um sinal de que podem ouvir.
Imagine a mulher com dupla jornada parar, um estudante saindo do trabalho e correndo pra escola..
Por isso gostei. São essas pessoas que podem mudar seu voto, sem ódio. Talvez.
Mas é claro, toda a gente que aceitou, que pediu mais, pra levar pra vizinha, pra escola, a atitude que faz bem, é a alma incansável que acredita que a vida pode ser melhor que a opressão.
Humanidade e firmeza, quem sabe dá certo. Vai Boulos!!
Pio Redondo é jornalista
