Presidenta do TSE indica preocupação com influência do crime organizado nas eleições municipais

Do Brasil 247

Cármen Lúcia destaca que a Justiça está realizando um cruzamento de dados para identificar candidatos ligados a organizações criminosas

A uma semana do primeiro turno, a presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Cármen Lúcia, demonstra preocupação com a tentativa do crime organizado de influenciar as eleições municipais. Em entrevista ao jornal O Globo, Cármen destaca que a Justiça está realizando um cruzamento de dados para identificar candidatos ligados a organizações criminosas. A democracia, ressalta a ministra, exige vigilância constante.

“Constituí um núcleo de especialistas do Ministério Público e da Polícia Federal para verificar, a partir dos pedidos de registro de candidatura, se havia pessoas envolvidas em processos relacionados a organizações criminosas. Isso nunca foi feito antes, mas, diante das notícias de possíveis infiltrações de organizações criminosas nos órgãos estatais, a Justiça eleitoral tomou o cuidado de realizar essa verificação com a ajuda de especialistas. Por um lado, existe o direito de votar e ser votado, e os casos de inelegibilidade são definidos pela lei. No entanto, a Justiça eleitoral não pode ignorar essas questões”, afirmou a presidente do TSE.

Para a ministra, esse cenário é “bastante grave”. “Especialmente considerando a ousadia do crime de querer ser o formulador de leis. Há um risco real de que esse comportamento se estenda às instâncias estaduais e até nacionais. É grave esse atrevimento criminoso”, ressaltou.

De acordo com ela, o TSE está implementando uma estratégia de segurança para o dia das eleições, com juízes designados em todos os municípios e apoio das Forças Armadas onde necessário. Em relação ao elevado número de casos de violência política registrados no país este ano, ela destaca a importância de entender as causas desses ataques e sugere uma reformulação nas abordagens para garantir um ambiente seguro.

Ministra Cármen Lúcia, do STF (Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil)

 

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