Por Adriana do Amaral
E quem lava a louça ou enterra os mortos, depois?
Muito se comentou sobre o fatídico jantar ocorrido no dia em que atingimos a marca de 340 mil vidas perdidas pela #Covid-19 no Brasil e data que marca o #Dia do Holocauto. Quando o presidente do Brasil sentou à mesa, na noite de sete de abril, acompanhado por parte do empresariado brasileiro. Quem foram os participantes? Os de sempre.
Na lista, conhecidos apoiadores de campanha e de ideologia. Pessoas que estão com governo mesmo antes de ele se estabelecer. Brasileiros que escolheram um lado.
A novidade é que alguns representam segmentos que começam a se rebelar, e não aceitam mais a postura de seus líderes. Outros desfrutariam das refeições com qualquer um, desde que conveniente.
A “elite” endinheirada do Brasil continua a mesma. O lucro é a regra, não importando religião ou segmento econômico representado ou explorado.
A “carta de alforria” concedida pelos apoiadores permite que o presidente continue com a sua política excludente, onde vidas humanas não importam. A vacina é apenas mais um pretexto na defesa da política econômica neoliberal, que entre nós tornou-se passe livre da morte anunciada.
O encontro reuniu nomes conhecidos, que representam marcas famosas e também ricos menos midiáticos, mas que concentram o poder da terra, da produção e da especulação. Dos banqueiros, dos empresários e comerciantes ainda entendemos, o lucro importa mais. Agora, de médicos? Descendentes de povos que foram dizimados no passado? Como entender?
Eu não vejo problema nenhuma em mudar de opinião, faz parte da dialética do viver. Agora, impossível para mim entender o não mudar de opinião. A realidade não se faz presente na vida desses homens? A dor do outro, para eles, é apenas “mimimi”?
Fechados com o Bolsonaro e com a política de Paulo Guedes. Esta foi a mensagem de parte da elite econômica brasileira. Parte, é verdade, mas que tem poder de influência internacional e que levam esta mensagem adiante.
Sabemos que alguns deles lucraram mais com a #pandemia, outros têm muito a lucrar com o perdão de dívidas milionárias com o apoio presidencial. Outros, manter concessões públicas resgatando a confiança popular através do jogo duplo do informa-desinforma, mas a maioria mesmo quer estar do lado do poder.
Estarão indo na contramão da história? Quantos Think Tanks Ideológicos estarão fabricando para justificar o injustificável? Quais os interesses reais? O mundo globalizado divide-se entre os que apoiam o lucro a qualquer custo e os que combatem a #pandemia. O Brasil demarcou muito bem a sua posição.
Não adianta boicotes às marcas, apesar de serem iniciativas válidas; não adiantam cartas de repúdio e petições, apesar de elas denunciarem para a população novas versões. Os homens poderosos do jantar se calaram porque só falam a quem interessa a eles.
Teremos de viver o caos nacional, o nosso inferno particular, sobrevivendo até novembro de 2022. Quem sabe, até lá, os nomes mudam…